Ei, papai,

Eu sei que você está a mil,

Pensando em como pagar tudo,

Pensando nos dias que irá sacrificar no trabalho.

Eu sei que você está preocupado com a mamãe,

E comigo...

Eu sei!

Você diz para todo mundo que está tranquilo, que está de “boa”... Mas nós dois sabemos o quanto você está cheio de ansiedade, angústia, preocupação e muita, muita vontade de me ver logo!

Ah, papai! Eu também quero muito lhe ver. Ouvir mais de perto esse vozeirão que falou tanto comigo... Eu quero muito estar logo nos seus braços fortes e ver você se derreter feito um picolé de uva... Chorando, emocionado, ao me conhecer!

Eu sei!

Mas, papai, as pessoas as vezes se esquecem de tudo isso. Pensam que você é só o “acompanhante”. Vou chegar chorando bem forte pra todo mundo entender que você é o meu papai! O meu heroí! O meu amigo que esteve cuidando de mim e da mamãe durante 9 meses, sofrendo calado quando via a mamãe chorando e não podia fazer nada. Nervoso, quieto, quando a mamãe queria comprar mil coisas e você só pensava: é minha filha, nosso sonho, preciso dar conta de pagar!

As pessoas não entendem que a gente se ama e vai aprender a se amar cada vez mais. Não entendem que se ali, no momento em que eu nascer, você e eu também pudermos ficar juntos, nosso vínculo vai ser mais forte e tudo será mais fácil.

Elas não entendem. Poucas entendem. É nossa família! Mas se você, papai, souber de tudo isso... Ah, não vai ter para ninguém! Seremos uma dupla cheinha de amor, do começo ao fim da vida! Eu o amo e em breve a gente vai se encontrar! Não se esqueça de ser, no dia do meu nascimento, nada mais, nada menos, que MEU PAI!

Texto de Karla Cerávolo