Burocracia em nosso cotidiano
No Brasil, muitas mudanças facilitaram a vida da população, especialmente com a digitalização de diversos serviços. No entanto, ainda enfrentamos burocracias que poderiam ser simplificadas pelos governantes.
Vocês já tiraram a nova identidade? Precisaram realizar algum procedimento para obter um documento recentemente? No passado, para emitir uma segunda via do RG, era necessário comparecer a uma agência, enfrentar filas e esperar longos períodos. Hoje, com o site do GOV.BR, esse processo pode ser feito online, trazendo mais comodidade. Recentemente, também emiti minha carteira de pescador amador pelo mesmo portal, de maneira simples e rápida. Também a carteira de vacinação entre outros serviços.
O mesmo aconteceu com os bancos. Antes, era muito comum perder horas em filas para resolver questões bancárias. Hoje, a maioria das operações pode ser realizada digitalmente. No entanto, algumas pessoas sentem falta desse contato pessoal. Para elas, ir ao banco era também uma oportunidade de interação social. Agora, o atendimento tornou-se impessoal, com máquinas substituindo funcionários. Mas essa é a realidade do presente e do futuro, e reclamar não mudará esse cenário.
Apesar dos avanços, ainda há burocracias que tornam a vida dos brasileiros mais difícil. Se perguntássemos às pessoas, certamente teríamos inúmeros relatos. Aqui, compartilho um caso que vivenciei. Como muitos sabem, fiquei viúvo e precisei realizar o inventário. Após todo o processo estar concluído e devidamente registrado, fui a um cartório para apresentar a documentação necessária. Para minha surpresa, exigiram a apresentação da certidão de óbito da minha esposa.
Fiquei indignado. Afinal, o próprio inventário, elaborado em cartório, já comprova o falecimento da pessoa. Por que, então, seria necessário apresentar outro documento confirmando a mesma informação? E mais: o cartório exigia que a certidão tivesse sido emitida nos últimos 30 dias. Parece absurdo, não? Será que imaginam que a pessoa possa ter voltado à vida nesse período?
Esse é um exemplo clássico do que podemos chamar de "burocracia burra". Ou, indo além, uma burocracia que apenas gera custos desnecessários para o cidadão. Se o inventário já é uma prova legal da morte da pessoa, por que impor mais uma exigência? Parece um mecanismo criado apenas para movimentar dinheiro dentro do próprio sistema cartorário.
Infelizmente, esse é apenas um dos muitos entraves burocráticos que enfrentamos diariamente no Brasil. São exigências que não fazem sentido e que apenas complicam a vida dos cidadãos. Precisamos mudar isso. A simplificação dos processos não apenas tornaria a vida mais fácil, mas também contribuiria para o desenvolvimento do país, reduzindo o tempo perdido com formalidades desnecessárias.
A tecnologia tem sido uma aliada na modernização de muitos serviços, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Que possamos avançar para um Brasil mais eficiente, onde a burocracia sirva para organizar, e não para atrapalhar.