A ansiedade infantil é uma vivência emocional complexa que merece acolhimento e cuidado. As crianças, assim como os adultos, podem sentir medo, insegurança e inquietação diante de situações desafiadoras ou novas. Na infância, a ansiedade pode se manifestar de várias formas e é extremamente importante que os pais saibam perceber os sinais, que podem ser sutis ou mais evidentes. Alguns sinais:

     Preocupação excessiva: A criança apresenta uma preocupação grande e desproporcional com situações do dia a dia, como ir à escola, fazer e lidar com amizades.

Sintomas físicos recorrentes: Reclama com frequência de dor de cabeça, dor de estômago, náuseas ou cansaço sem causa aparente.

Irritabilidade e mudanças de humor: Demonstra irritabilidade ou mudanças de humor repentinas, mesmo em situações que antes eram bem toleradas.

Medos intensos e irracionais: Medos que parecem exagerados para a idade, como o medo de se separar dos pais, de ir à escola ou até de situações novas.

Problemas de sono: Dificuldade para dormir, pesadelos frequentes ou um sono muito agitado.

Alterações no apetite: Apresenta uma mudança significativa nos hábitos alimentares, como perda ou aumento exagerado de apetite.

Ao perceber os sinais, muitos pais têm dificuldade em lidar com a ansiedade e, por isso, é importante procurar ajuda profissional de um psicólogo infantil. A intervenção precoce ajuda no manejo e consciência da ansiedade, ajudando não só a criança a reconhecer e lidar com suas emoções, mas também seus cuidadores, evitando assim que essa ansiedade se consolide e transforme-se em quadros mais severos. Além disso, o acompanhamento também ajuda a promover e desenvolver habilidades sociais e emocionais que serão úteis por toda a vida.

Contudo, o acompanhamento não é a única coisa a ser aderida, é importante ressaltar que o ambiente familiar tem um papel importantíssimo na regulação emocional das crianças. Portanto, adote uma postura empática diante da ansiedade dos pequenos, saiba acolher e validar o que é sentido, sem desmerecer sentimentos que para você muitas vezes parecem pequenos demais. Uma casa onde o diálogo é incentivado e onde a criança se sente bem e segura para expressar suas emoções contribui significativamente para o gerenciamento da ansiedade. Para ajudá-los, trouxe o exemplo de algumas atividades lúdicas que podem ajudar: contação de histórias que falem sobre emoções ou situações difíceis, jogos simbólicos que tenham como base a fala e a expressão, o uso da arte como desenhos, podem ser ferramentas valiosas para ajudar o pequeno a nomear e entender suas emoções. Essas práticas não apenas fortalecem o vínculo afetivo entre pais e filhos, mas também promovem o desenvolvimento de estratégias saudáveis de enfrentamento dos medos e inseguranças.

Antes de encerrarmos, acho importante lembrarmos que cada criança é única, e a maneira como ela vivencia e expressa a ansiedade também pode ser, e por essa razão é essencial que os adultos estejam atentos às individualidades da sua criança.