Educação emocional
Educação emocional é o processo onde ensinamos às crianças a reconhecer, compreender, expressar e regular as próprias emoções. Quando falamos em educação emocional, muitos pensam que basta apenas nomear as emoções, esse é um passo importante, mas não se trata apenas em dar nomes, mas em desenvolver uma inteligência emocional que sirva como base para toda a vida e podemos fazer isso com práticas simples no dia a dia, como:
Seja o exemplo
As crianças aprendem muito mais nos observando. Mostre a elas como você lida com suas próprias emoções:
“Estou muito nervosa agora, preciso respirar fundo para me acalmar.”
“Fiquei chateada com o que aconteceu, mas preciso tentar resolver com calma.”
Ensine estratégias de regulação emocional
Respirar fundo como se estivesse enchendo um balão, contar até 10, ter um cantinho da calma com brinquedos que acalmem, livros e almofadas.
Tire um tempo para conversar sobre o dia e as emoções
“O que te deixou mais feliz hoje?”
“Teve algo que te deixou bravo, preocupado ou com medo?”
Estimule a empatia, ajude a criança a se colocar no lugar do outro
“Como você acha que seu amigo se sentiu nessa situação?”
“O que você acha que poderia fazer para ajudá-lo?”
Use recursos lúdicos
Livros infantis, jogos, desenhos e fantoches são ótimos para explorar emoções de forma lúdica.
Sempre valide as emoções sentidas
Evite frases como: “não foi nada” ou “para de chorar”. Em vez disso, diga:
“Eu entendo que isso foi difícil para você.”
“Está tudo bem se sentir assim.”
Investir na educação emocional na infância pode trazer uma série de vantagens, como:
Mais autoconhecimento e autoestima
Quando a criança aprende a reconhecer e nomear suas emoções, ela passa a entender melhor quem é, fortalecendo assim sua imagem interna, fazendo-a reconhecer o seu valor.
Melhor autorregulação e controle de impulsos
Ao conhecer as próprias emoções a criança descobre formas eficazes de se regular. Uma forma de ajudá-la nesse processo é propondo exercícios simples de respiração, pausa e momentos de escuta ativa. Esses pequenos comportamentos podem ajudar a reduzir explosões de raiva ou medo, permitindo que a criança responda de forma mais tranquila a situações desafiadoras.
Mais empatia e habilidades sociais
Quando a criança sabe reconhecer o que sente, fica mais fácil reconhecer os sentimentos dos amigos, auxiliando assim na hora de compartilhar, cooperar em grupo e resolver conflitos.
Resiliência diante de adversidades
Entender que emoções naturais e bem-vindas ensina a tolerar pequenas frustrações e lidar com as dificuldades do dia a dia, desenvolvendo uma maior flexibilidade emocional.
Prevenção de transtornos emocionais
A prática regular de falar sobre emoções e sentimentos, elaborando-os, ajuda a evitar que ansiedades ou medos se cristalizem, gerando comportamentos mais graves, como isolamento, baixa tolerância à frustração ou crises de ansiedade.
Melhor desempenho escolar
Crianças que sabem lidar com as próprias emoções, conseguem lidar melhor com momentos que geram ansiedade, como por exemplo, provas e apresentações, conseguem concentrar-se melhor, mantendo assim a motivação no ambiente escolar.
Relacionamentos mais saudáveis
Aprender a escutar e a partilhar emoções cria vínculos de confiança com familiares e amigos, estabelecendo bases sólidas para o convívio afetivo ao longo da vida.
Mais criatividade e tomada de decisão consciente
Uma criança que pratica educação emocional regularmente têm mais facilidade em explorar novas ideias sem medo de errar, podendo assim fazer escolhas alinhadas aos seus valores, pois entende o que realmente importa para ela.
Investir na educação emocional na infância é cultivar habilidades que os ajudarão durante a vida toda. É prepará-los para enfrentar incertezas e dificuldades, convivendo de forma empática em uma sociedade cada vez mais complexa, preservando assim a saúde mental. Como psicóloga, convido você a olhar para o universo afetivo das crianças com a mesma atenção que dedicamos à matérias como “português” e “matemática”. A verdadeira alfabetização começa quando aprendemos a ler nossas próprias emoções.