A violência cotidiana em nossas vidas
Ao iniciar esta nova exposição de ideias, devo ressaltar que se trata de um tema muito ácido e infelizmente, cada vez mais e mais presente no cotidiano, principalmente no dia a dia das grandes cidades: A Violência cotidiana. Que passou a fazer parte do dia a dia de cada cidadão e cidadã, habita as capitais nacionais, como Rio de Janeiro e São Paulo. Creio que todos os que acompanham a exposição de ideias, sabem que sou o carioca. Resido na cidade do Rio de Janeiro desde meu nascimento. Aqui, tenho meus familiares, amigos e minhas atividades profissionais. Vivo nesta cidade com minha amada esposa. Contudo, apesar da admirável beleza da cidade e da atmosfera festiva e hospitaleira, o Grande Rio de Janeiro, cotidianamente sofre com a “doença da violência cotidiana”.
Os trabalhadores cariocas, ao saírem de casa e retornarem de seus trabalhos, encontram-se sob o risco e o medo de serem pela cotidianidade da violência, expressa em confrontos semelhantes a batalhas e combates de guerra entre traficantes, milicianos e força policial. Há uma forma de medo hobbesiano, ilustrado na sensação e no cotidiano de uma prática da guerra de todos contra todos. Neste sentido, o Estado demonstra-se às vezes inapto e até cúmplice desta deflagração da violência. O excesso de violência e a prática de certa conivência com o dito “crime organizado”, põe o Estado na condição de agente da violência cotidiana em cidades como a do Rio de Janeiro.
Fica assim de certo modo, um tanto difícil, em certas situações, o exercício da cidadania e a busca dos mínimos direitos dos cidadãos, dentre eles o direito à segurança e proteção de suas vidas. Obviamente, deve-se lutar contra esta situação e tal luta, só pode ser oriunda da própria sociedade, que precisa se unir e organizar, para cobrar do Estado e também se responsabilizar em criar estratégias importantes, assim como eficazes, no combate à violência cotidiana. E pode soar senso comum, mas penso a educação integrada, formativa e não-discriminativa, enquanto estratégia essencial para o enfrentamento à violência, impedindo que a juventude mais marginalizada e socialmente discriminada, continue reforçando o crime organizado e alimentando a violência cotidiana que nos assola.
Rogério Luís da Rocha Seixas
Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com