A nossa sociedade do cansaço

Caríssimos e caríssimas leitores(as). O título deste novo ensaio, faz referência a um conceito formulado pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, que se refere ao cansaço de nossa sociedade humana na atualidade. Este cansaço tornou-se uma enfermidade que afetas os corpos que se vêm cada vez mais obrigados a responderem o excesso de positividade e variadas cobranças que a sociedade impõe.
Há uma violência deste excesso de positividade, característica desta sociedade do cansaço, levando assim à produção de pessoas mecanizadas e centradas de modo extremo, para a produção de coisas, além da busca de lucro e consumo de modo desenfreado. Neste aspecto, somos sempre cobrados a produzir mais, consumir mais e nos deixarmos levar pela demanda do mercado, como coisas ou máquinas, e não como seres humanos.
Na configuração desta sociedade do cansaço, a tentativa de impor limites ao cansaço, passa a ser vista como uma forma de retrocesso. Significa dizer, que se torna quase ilimitada a ideia de que podemos alcançar tudo e que devemos apenas nos esforçar, com maior intensidade. Caso não alcancemos as nossas metas, somos vistos como incapazes.
As consequências dessa dinâmica da sociedade do cansaço, são percebidas principalmente a partir de novas doenças próprias de nossa atualidade do cansaço, onde as pessoas se colocam e são colocadas, sob uma postura de autoexploração, ligada ao medo, a angústia e a pressão de vencer sempre. Tornamo-nos assim pessoas enfermas e sem descanso.

