Algo extremamente complexo é a gestação de um ser. No caso de um ser humano, são várias semanas até que venha à luz a nova criança. Quem estuda Medicina sabe de modo um pouco mais detalhado o tamanho dessa complexidade. É preciso estudar semana por semana até que a cabeça da criança apareça. Pobre de quem se precipitar e não cuidar de parte por parte nesse tipo de estudo! Pobre de quem quiser medicar antes de entender como todo o processo ocorre!

Não é do dia para a noite que a mãe sentirá a criança se mexer, ainda que a sua barriga esteja a crescer rapidamente. Todo esse percurso, se os pais forem cuidadosos, é acompanhado de modo atento, com os devidos cuidados com profissionais da área.     

Por analogia, pode-se dizer que compreender a escola não é das tarefas mais simples, pelo contrário, é algo extremamente complexo. É preciso compreender parte por parte das estruturas que compõem a escola ou a universidade. Pobre de quem negligenciar a importância de pedagogos em uma escola! Pobre de quem achar que pode falar o que bem entende só porque acha que entende do assunto! Os precipitados dizem: “assim se resolve os problemas da escola”, “esse é o método perfeito”, porém, mal sabem o tamanho do problema que estão a promover.

Para que uma concepção de escola possa mexer no interior do estudioso, as coisas não são do dia para a noite. Vai um tempo enorme. E o que é interessante: nunca virá à luz uma escola perfeita, porque esta simplesmente não existe, e nessa imperfeição está o charme da educação. A isso chamo de charme da imperfeição. Fórmulas mágicas? Só se passarmos a acreditar em fábulas, o que é até legal, mas isso carece de cientificidade, um dos pressupostos da educação.