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A atitude de se esvaziar de si mesmo


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 21/10/2024
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Inicialmente, peço desculpas aos parceiros de reflexão e discussão da exposição de ideias: desculpas pelo título um tanto feio e extravagante. Porém, peço um pouco de paciência, pois creio que este título é ideal para a temática que trago para esta nova exposição: a necessidade de nos esvaziarmos de certo excesso de sentimentos, ideias e problemas, visando abrir espaço para modos de sentimentos e ideias construtivas, ativas, positivas e promotoras de uma existência mais rica e alegre, além de muito mais livre.

A filosofia ou o filosofar, necessita ser uma ação mais prática e viva, atuando para o nosso existir e coincidindo com o nosso modo de se construir um ser humano que existe e atua no mundo. Contudo, não é incomum nos sentirmos “exaustos” devido aos nossos problemas cotidianos. O modo como lidamos com valores e sentimentos que muitas vezes nos “pesam” causando uma forma de exaustão intensa e angustiante, levando-nos a um estado intenso de grande desânimo. Tal situação, muitas vezes nos leva a “cansar de tudo e de todos”, trazendo até um sentimento de abandonar toda a nossa existência. Perde-se a noção do sentido de existir no mundo. O deixar de existir, nos aparenta ter mais sentido, do que o estar e ser.

Penso que esta condição descrita acima, pode ser causada por um “excesso de coisas dentro de nós”. Nos encontramos repletos de ideias, sentimentos, valores e até de certas influencias, que nos preenchem, mas não nos enriquecem ou fortalecem em nosso ser e existir. Ao contrário, nos deixam fartos, mas ao mesmo tempo vazios. Ao mesmo tempo que absorvemos, somos também absorvidos. Neste aspecto, penso que ao exercermos a “atitude de nos esvaziarmos”, podemos trocar o que nos pesa e satura, por aquilo que pode nos satisfazer e enriquecer. Nos tornando mais saudáveis no existir e agir. Promovendo um modo de ser visando sempre o alguém e não excessivamente o algo. Nos levando a habitar mais a zona do ser e menos a do ter ou apenas parecer ser e ter.  Não se trata de um exercício fácil, pois muitas vezes só percebemos tal situação em momentos críticos de extrema exaustão, porem devemos ficar atentos e buscar preencher nosso espaço de ser com o que expresse satisfação, alegria, bem-viver, bem-fazer ou bem-estar. Não se trata então de mero niilismo, isto é, nada ser ou valer, mas sim exercer um ser e estar que nos eleve a plenitude de existir, evitando a situação extrema de nos autodestruir.     

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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