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Com mais de 55% dos votos Jair Messias Bolsonaro do PSL (Partido Social Liberal) venceu o candidato Fernando Haddad do PT (Partido dos Trabalhadores). Bolsonaro entra para história desse país como uma das maiores esperança de mudanças em tempos conturbados.

O trocadilho que faço com o nome do novo Presidente eleito faz jus a toda expectativa que a nação coloca sobre ele nesse momento delicado. Não sei se felizmente ou infelizmente, Bolsonaro, ou “mito”, apelido esse que ganhou dos seus eleitores, tem “Messias” no nome.

O termo Messias é muito bem conhecido e explorado na tradição judaico-cristã.  Mashiach é a palavra hebraica para Messias. No Antigo Testamento, Messias significa um salvador ou “esperado como libertador”. Na verdade, a palavra Mashiach em hebraico significa “ungido”. Em hebraico bíblico o título Mashiach era concedido a alguém que atingisse uma posição de nobreza e importância. Por exemplo, o Sumo Sacerdote é mencionado como o Cohen Hamashiach.

Na literatura talmúdica o título Mashiach, ou Melech Hamashiach (o Rei Messias) está reservado para o líder judaico que redimirá Israel no Final dos Dias. Para os cristãos esse Rei já veio e cumpriu parte da sua missão redimindo não só Israel, mas todos aqueles que Deus escolheu como seus.  Ele nos é apresentado no Novo Testamento, Jesus o Filho de Deus.

Voltemos ao nosso novo “Messias”. Devido ao nosso famoso “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas, sempre houve no Brasil uma dificuldade muito grande de visualizar o problema e trabalhar em cima de uma solução. O brasileiro sempre teve o que na Teologia Bíblica chamamos de “expectativa messiânica”. Ou seja, sempre esperamos que um “salvador” ou um “messias” aparecerá e resolverá todos os nossos problemas. Foi assim com Lula em 2002. E agora depois que crucificaram o velho “barbudo” (não que eu ache que ele seja inocente), temos nosso novo “Messias” Jair Bolsonaro.

Confesso que não concordo com algumas posições extremista que Bolsonaro defende, porém, ainda assim ele teve meu voto nesse segundo turno. O PT teve a chance de provar seu valor e fazer a diferença durante quatro mandatos consecutivos, mas todos sabem o tamanho da “lambança” que Lula e os seus correligionários fizeram durante esses dezesseis anos.

Sendo assim, diante da atual conjuntura, Bolsonaro é um mal necessário. Mas o que me chama atenção é o fato de que o povo brasileiro ainda não aprendeu a lição. Em tempos onde as redes sociais dão vez e voz as massas, percebo, o quanto esse povo “tupiniquim” ainda anseia por um salvador.

É possível que o Bolsonaro me surpreenda e faça um ótimo mandato, não duvido disso, alias, já que ele foi à única opção que me restou para o segundo turno, quero muito que isso aconteça.

Mas o que falta para essa nação é um senso critico mais apurado, o Bolsonaro só ganhou essa eleição por ter se posicionado como “antipetista”, ou seja, ele “surfou” na onda da Lava Jato e na decadência do PT. E foi só se apresentar com esse discurso de que lugar de bandido é na cadeia, pronto, mil cairão ao seu lado e dez mil à sua direita, ou melhor, cairão sob os seus pés.

Reiterando, desejo muito que nosso “Messias” faça um ótimo mandato e comece a dar ao Brasil a oportunidade de voltar a crescer. Até mesmo porque esse messias não é como o da Bíblia, ou seja, ele não faz milagres, quatro anos dá só para começar a arrumar a bagunça. Do contrário, a mesma cruz que pregaram o velho barbudo, o aguarda.

Alison Henrique Moretti


Anuncie com Jornal Noroeste
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