A construção sustentável é um conjunto de boas práticas que deve estar presente em todas as fases do processo construtivo. Para que ela ocorra, é preciso contemplar três aspectos: o econômico, o ambiental e o social, e esses aspectos devem estar presentes desde a sua construção até o seu uso, operação e posterior demolição.

O volume de entulho produzido pela construção e demolição de empreendimento é duas vezes maior que a quantidade de lixo urbano, gerando uma relação conflituosa entre as construções e o meio ambiente. 

A construção sustentável apresenta-se também na vida útil de um empreendimento, englobando aspectos como escolha de terrenos, implantação adequada evitando prejudicar o entorno, redução da geração de resíduos, relação com os trabalhadores, sociedade e usuários, escolha de materiais, manutenção e demolição.

A construção sustentável requer um investimento que pode ser 15% maior do que geralmente é consumido em um projeto convencional, o que impacta diretamente no orçamento de obras. 

O maior ganho mesmo é na pós-construção. A economia ao longo dos anos de uso do empreendimento é muito superior ao investimento inicial no projeto. Edifícios que contam com sistemas inteligentes de energia e água chegam a economizar 65% nas contas.

Os principais benefícios alcançados são:

·      melhor gestão e controle de desperdício;

·      otimização da utilização dos recursos materiais;

·      menos emissão de CO2;

·      maior valorização dos empreendimentos; e

·      redução dos custos de pós-obra.

Outro ponto importante é adequar o projeto quanto ao clima local, para minimizar os impactos do consumo de energia e de água. Para isso é preciso otimizar a estrutura de ventilação, aquecimento natural e iluminação dos ambientes. 

Deve-se priorizar a utilização de recursos disponíveis no local e arredores e que de preferência sejam pouco processados, não tóxicos e recicláveis. Os produtos químicos que prejudicam a saúde humana e o meio ambiente devem ser evitados. 

 Um ponto crucial que não deve ser deixado para depois são as estratégias para reduzir os resíduos ao máximo e promover a reciclagem e o reuso dos materiais de forma inteligente e estratégica.

O tema mais comentado sobre a construção sustentável é a eficiência energética e hídrica, para alcançá-la pode-se usar técnicas passivas e adicionar o uso de novas tecnologias que otimizam a edificação, como por exemplo o uso de painéis solares fotovoltaicos, sistemas de automação, entre outros.

Existem diversos materiais sustentáveis que atendem a essas características e que podem ser aplicados em diversas etapas de uma construção, tanto na vedação, quanto na estrutura, decoração, revestimentos, coberturas etc. Veja alguns desses materiais:

·      tijolo ecológico — composto por cimento, areia, água e outros resíduos da construção. É aplicado principalmente na execução de vedações;

·      bioconcreto e concreto reciclado — formado por areia, brita, cimento e resíduos de construção, como telhas e tijolos, entre outros;

·      argamassa de argila — usada para assentar revestimentos e como revestimento de paredes, apresentando um excelente desempenho acústico e térmico;

·      tintas biodegradáveis — a base de pigmentos naturais e minerais;

·      telha ecológica — composta por fibras naturais de coco, bananeira ou sisal, de papel reciclado.

Por isso é fundamental que arquitetos, engenheiros e todos os profissionais envolvidos no processo construtivo, conheçam e apliquem os conceitos e técnicas da construção sustentáveis desde o começo do projeto, para obter os resultados esperados.