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“É chegado o natal”, ouço isso por todo lugar. Uma das verdades bíblicas, que enfatizo bastante neste período, é que aquela criança que nasceu de uma virgem há mais de dois mil anos, o “menino Jesus”, cresceu e morreu morte de cruz para salvar o povo dele dos pecados deles. Deus se encarnou porque tinha uma missão a cumprir.

Isso não era algo estranho ao Senhor Jesus. Lembro que uma vez vi um filme sobre Jesus que o apresentava como um homem distraído, “sem noção”, porém isso é mera caricatura, nada a ver com o Cristo revelado nas Escrituras.

Analisando os evangelhos, percebe-se que centralidade da cruz estava na mente de Cristo. Desde o início, Ele sabia possuir uma missão que envolvia o sofrimento e a morte dele, como deixou claro nas três predições da sua “paixão” (Lc 2.42; Mc.8.31s; 9.31; 10.32-34). Jesus estava determinado a cumprir sua incumbência. Ele sabia que devia sofrer, ser rejeitado e morrer e não se demoveu do seu objetivo, para a glória do Pai.

Afinal, qual era essa missão? É extremamente importante que nós ponderemos sobre esse assunto. Por mais estranho que pareça, nesses dias em que muito se fala de ‘natal’, pouco é dito biblicamente sobre Jesus Cristo e do porquê de sua vinda ao mundo.  Porém, Jesus não nos deixou sem revelação de seu encargo. Vejam o que Ele mesmo nos diz: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45). Temos nessa passagem uma preciosa declaração sobre o caráter da obra de Jesus Cristo: uma obra de expiação. Olhemos mais atentamente.

A ideia de resgate era comum no mundo helenista e envolvia o preço que era pago para redimir um escravo da servidão; ou para resgatar prisioneiros de guerra; ou, ainda, alcançar a libertação de um compromisso. A utilização dessa palavra no contexto judaico era correspondente ao mundo da antiguidade, essa palavra também tem um significado mais amplo, o de uma oferta expiatória. Portanto, essa Escritura nos ensina que o objetivo da missão de Jesus é dar sua vida como preço de resgate, para que aqueles, cujas vidas estavam perdidas, pudessem ser recuperados.

Marcos 10.45 também mostra o caráter substitutivo da morte de Jesus; a expiação é realizada por meio de substituição. No texto original, encontramos a preposição ‘anti’, que significa especificamente “em lugar de”. Aqueles cujas vidas foram perdidas são redimidos e reconciliados com Deus porque Jesus deu sua vida em lugar deles. A passagem é uma prova clara do sacrifício substitutivo de Cristo. O que está envolvido nesse elemento da substituição não é explicado nessa passagem, logo, não se deve esperar de tal passagem uma elaborada doutrina da expiação. Contudo, os elementos básicos estão de fato presentes, inclusive o elemento da substituição.

Jesus também ensina, nessa passagem, a intenção de sua obra expiatória. Ele declara que veio para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Esse “em resgate por muitos” é importante. Sua obra expiatória não visa beneficiar todos, mas muitos. Ele ensina que será ferido por causa da transgressão de seu povo (Is 53.8). A frase em resgate por muitos é um eco de Isaías 53.11, pois Jesus, através da sua obra redentora, “justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si”.

Outro ponto que deve ser enfatizado nesse versículo é que Jesus ensina que sua morte deve ser compreendida como um auto-sacrifício voluntário: Ele iria “dar a sua vida em resgate por muitos”. Esse sacrifício não foi imposto sobre ele, mas ele dá a sua vida voluntariamente. Em João 10.11, Jesus diz: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas”. E ainda no versículo 18 do mesmo capítulo: “Ninguém a tira de mim [a vida]; pelo contrário, eu espontaneamente a dou”. Esse aspecto de auto-sacrifício voluntário dá à sua morte seu valor de resgate.

A missão Filho de Deus envolvia um resgate através de uma morte de caráter substitutivo, com uma intenção definida, através de um auto-sacrifício voluntário. Com outras palavras, as boas novas reveladas no nascimento de Jesus Cristo é que ele é o redentor que veio para resgatar pecadores. O modo como ele realizou esse resgate foi morrendo no lugar dos transgressores, desviando deles a ira de Deus para si mesmo, e, assim, reconciliando-os com Deus (2 Co 5.18,19). Esses são aspectos da missão do Salvador que as pessoas geralmente ignoram ou preferem evitar, mas esse descaso ou rejeição não é novidade. Não é de hoje que a mensagem da cruz é vista como loucura e escândalo (1Co 1.23). No entanto, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação da mensagem da cruz (1Co 1.21).

Caro (a) leitor (a), a humilde manjedoura, que acolheu o menino Jesus, estava totalmente relacionada com aquela rude cruz vazia e ensanguentada que está fincada no centro da história, anunciando a todos os homens, que o Deus amoroso enviou seu Filho para ser o salvador e resgatador de pecadores. Ressaltamos também que faz parte da missão do Filho de Deus acolher amorosamente todos que o buscarem com arrependimento, para serem perdoados, aceitos e reconciliados com Deus, graciosamente. Não perca tempo, caso ainda não o tenha como o seu salvador.

Há também uma relação especial daquela manjedoura com um túmulo vazio, mas falaremos sobre isso na próxima semana, se Deus permitir. Bendito seja o Senhor Jesus, a maior de todas as dádivas.

Pr Azael Araújo

“O Calvário mostra como os homens podem ir longe no pecado, e como Deus pode ir longe para salvá-los.” H. C. Trumbull

 

 

 

 

 

 

Azael Araújo

Azael Araújo


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