Muitos de nós somos diariamente usuários de medicamentos e produtos vendidos em farmácias. Portanto gostaria de chamar atenção a todos para fatos que eventualmente já presenciei nos mais de 750 estabelecimentos farmacêuticos que fiscalizo.

Sou farmacêutico, formado pela Universidade Estadual de Maringá, com Especialização e Mestrado em Ciências da Saúde. Trabalhei por 5 anos em como farmacêutico responsável por farmácias e agora estou como Farmacêutico Fiscal pelo Conselho Regional de Farmácia do Paraná há 28 anos.

Esse artigo, será para orientar sobre algumas práticas que ocorrem em algumas farmácias, mas que não são corretas. Lembrando que não estou falando especificamente de uma farmácia ou uma cidade. Sabemos de fatos que foram encontrados em diversas cidades no Brasil.

Vou iniciar trazendo à tona um assunto que muitos não sabem. Nem sempre o farmacêutico é aquele senhor careca ou de cabelos brancos que fica no balcão da farmácia. Muitas vezes esse é o proprietário da farmácia ou o balconista, e está ali para auxiliar nas atividades do farmacêutico e não o substituir. Hoje toda farmácia tem que ter farmacêutico por todo horário de funcionamento e deve se apresentar no balcão da farmácia usando um crachá com a foto, o nome e em destaque a palavra “Farmacêutico”. Esse é o profissional que esteve na faculdade e deve conhecer do medicamento. Seu modo de agir em nosso corpo, efeitos não desejáveis, interações entre os medicamentos e alimentos, que podem diminuir ou aumentar a ação de determinado medicamento. Esse profissional deve estar no balcão da farmácia, sendo a pessoa final entre o medicamento e o paciente, analisando se esse medicamento prescrito pelo médico está correto para aquela doença do paciente. Em caso de erro e/ou dificuldade, deverá ligar para o médico e confirmar a receita.  Ele é o único autorizado para realizar prescrição de medicamentos na farmácia.

Mas, apesar de tudo isso, em algumas vezes, constatamos algumas irregularidades em farmácias. Essas podem ser encontradas durante a fiscalização ou serem comunicadas por denúncias. Entre elas gostaria de falar sobre os medicamentos vencidos que estão nas prateleiras para serem vendidos. Podem ser por esquecimento? Pela situação de durante a limpeza da poeira, não ter visto? Ou pode ser que estão lá para vender mesmo? Outra situação que já encontramos, são os envelopes contendo os comprimidos, onde deveriam ter o lote do medicamento e a validade, mas durante a fiscalização, verificamos que não estavam lá. Já nesse caso, existe uma suspeita grave que foi cortado ou apagado a validade do envelope ou da caixa. Vender produtos ou medicamentos vencidos é crime.

O momento de compra de um medicamento nas farmácias, as pessoas encontram-se fragilizadas pela sua própria condição de saúde ou de um familiar. Nesse momento, acaba confiando plenamente na pessoa que está atendendo. Podem serem enganadas em um momento que mais precisam de ajuda.

Todos nós temos o direito e o dever de fiscalizar aquilo que vamos consumir. Aqui falei de farmácia, mas já encontrei produtos alimentícios vencidos em mercados, restaurantes, etc..

Nós como cidadãos, devemos ficar atentos para não sermos enganados ou mesmo roubados.

Outra situação que devemos ficar atentos, é que, quando formos a uma consulta médica, devemos exigir que a letra do prescritor seja legível, ou seja, que nós pacientes consigamos ler a receita, pois nós somos os fiscais da receita. Quando tiver junto  ao médico, você tem que perguntar ao médico, qual medicamento ele está receitando e como deverá ser o efeito em seu corpo. O paciente, conseguindo ler o nome do medicamento, poderá saber se está comprando o correto. Ainda sobre a compra do medicamento, o único que tem autorização para trocar por genérico é o farmacêutico.

Quando os medicamentos não fizerem efeitos ou se esses forem indesejados, poderão agravar a sua doença.

A grande maioria das farmácias trabalha de forma correta. Mas o paciente conhecendo um pouquinho mais sobre essas situações que ocorrem em nossa vida cotidiana, poderão ajudar na fiscalização e muitos erros poderão não ocorrer.

Essas dicas poderão salvar a sua vida ou de sua família.