Um fio invisível une gerações. Que outrora fizeram da cidade a "Capital Nacional da Seda". Durante décadas, pequenos produtores rurais encontraram na sericicultura não apenas um sustento, mas um legado. Era o ofício que aquecia lares e alimentava sonhos. As famílias cultivavam a terra com cuidado, cuidando das amoreiras e das delicadas lagartas, com paciência e respeito à natureza.

Mas o veneno chegou.

Com a promessa de maior produtividade, novos cultivares e agrotóxicos invadiram os campos. As lagartas da seda, frágeis e indefesas, tornaram-se vítimas. O que antes era vida, agora é morte silenciosa. As famílias viram seu sustento desaparecer, e o fio da esperança começou a se romper.

Muitos dos que usam esses venenos ignoram, ou fingem ignorar, o impacto devastador que causam. Estão matando não só as lagartas, mas também a esperança de seus próprios vizinhos. Enquanto buscam proteger suas colheitas, acabam envenenando os sonhos de famílias que sobrevivem da sericicultura. É um ato de descuido que não pode mais ser tolerado.

A sericicultura, que já sustentou tantas vidas, agoniza. Não são apenas as lagartas que morrem, mas o futuro de uma tradição que é alma dessa cidade. São pequenas propriedades familiares que definham, lares que perdem o chão, jovens que vão embora em busca do que não deveria ter sido perdido.

Autoridades, governantes, líderes — não deixem que a seda de Nova Esperança se perca para sempre. Não permitam que o veneno apague o brilho das histórias que aqui nasceram. Salvem a sericicultura antes que seja tarde demais.

Apoiem esses pequenos produtores que só pedem uma chance de sobreviver.

Que o brilho da seda nunca deixe de iluminar os campos e os corações desta cidade.