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Campão: o sentimento de pertencimento e a nova paisagem


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 29/03/2021
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Profº Bruno Cordeiro

Geógrafo

 (Bruno Cordeiro) Por mais que o nosso campão sempre estivesse ali, muitas vezes, por conta da barreira, era imperceptível e desconexo com a população que o usufruía. Com a “queda do muro” do Campão, nos sentimos mais pertencentes àquele lugar

 

            Que nova esperancense nunca assistiu a uma partida de futebol; soltou altos gritos misturados com risadas e um frio na barriga no parque de diversão; dançou e cantou embalados por apresentações culturais da Expoleite, FEJUNE, Festa das Nações e Expo Caminhos da Seda; comprou verduras, comeu pastel e bebeu um suco de laranja bem gelado feito na hora na feira do produtor; admirou os carros antigos em exposição; deu várias e várias voltas caminhando ou correndo para perder aqueles quilos a mais; utilizou os aparelhos de ginástica para se exercitar; sentou com os amigos na grama com aquele agradável bate-papo e um típico tererê; marcou um encontro ou levou os pets para brincar? Qualquer nova esperancense raiz saberá de onde estou falando. Sim, estou falando do Estádio Municipal Francisco Zellerhoff Filho, conhecido como “Campão”, um dos lugares mais importantes para a cidade de Nova Esperança.

Por muito tempo, o campão foi delimitado, fechado e restrito por um extenso muro que só se tornava acessível eventualmente. Uma estrutura sólida utilizada para barrar, separar e tapar determinado espaço. Como sabemos os muros não são bem vistos na maioria dos casos. Temos como exemplos: o Muro de Berlim, que dividiu uma nação em duas partes, e o Muro Fronteiriço entre os Estados Unidos e o México, uma área muito conflituosa.  O muro inserido em nosso querido “Campão”, descaracterizava-o como um lugar. Pois, para ser um lugar, é imprescindível estar em contato com o meio de vivência em todos os sentidos: como a visão, a audição, o olfato e o tato; é se mover em um ambiente urbano e percebê-lo enquanto paisagem.

Com um muro sem cor e com uma imensa grade rude, que contato visual e que paisagem era perceptível? A paisagem tinha uma interferência que a tornava impossível de ser interpretada, correlacionada e vivenciada. Por mais que o nosso campão sempre estivesse ali, muitas vezes, por conta da barreira, era imperceptível e desconexo com a população que o usufruía. Com a “queda do muro” do Campão, nos sentimos mais pertencentes àquele lugar. Utilizar um espaço público que possibilita a apreciação da paisagem em sua totalidade é muito importante para nos sentirmos parte de um lugar. Como é bom ter um lugar que esteja em harmonia com seu meio. Hoje, temos um campão multifacetado com ciclovia, cores vibrantes e flores. Tornou-se possível visualizar o azul da outra parte do céu e o verde dos gramados. Tudo isso, torna a utilização deste espaço mais agradável. O campão sempre esteve em nossa memória coletiva e afetiva, vivo e, agora, reunificando sua estrutura física com a população.

 

Prof. Bruno Cordeiro 

 


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