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Comunidade debate modelo cívico-militar e votação prossegue nesta terça (18)


Por: Alex Fernandes França
Data: 17/11/2025
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Após audiência pública ocorrida  semana passada na  Casa da Cultura, e votação iniciada nesta segunda-feira (17), responsáveis, professores e funcionários continuam hoje (18), das 8h às 22h, a decidir se a Escola Cônego adotará o novo modelo a partir de 2026.

Representantes do Núcleo Regional de Educação apresentam o programa e orientam a comunidade escolar durante a consulta - Fotos divulgação

O Núcleo Regional de Educação (NRE) de Paranavaí e a Escola Estadual Cônego Francisco P. Xavier Lopes realizaram, na noite da última quinta-feira (13), uma Audiência Pública para discutir a possível implantação do modelo Cívico-Militar na instituição. O encontro, realizado na Casa da Cultura e aberto à comunidade, reuniu pais, professores, funcionários, estudantes e diversos representantes do NRE, entre eles a chefe do Núcleo, Adélia Paixão, e sua equipe técnica.

A audiência também contou com a presença do prefeito de Nova Esperança, Eduardo Pasquini, acompanhado da secretária de Administração, Luciana Ciorlin. O secretário municipal de Educação, Edno Guandalin, igualmente participou da Audiência Pública, reforçando o caráter amplo e participativo da discussão.

Durante a reunião, técnicos do NRE apresentaram detalhes sobre o funcionamento das Escolas Cívico-Militares no Paraná — um modelo estruturado por meio de parceria entre a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e a Secretaria da Segurança Pública (Sesp). Nesse formato, militares estaduais inativos atuam no suporte administrativo e disciplinar, enquanto a gestão pedagógica permanece integralmente sob responsabilidade dos professores e da direção da escola.

Pais, responsáveis e servidores participam da consulta que definirá o futuro da Escola Cônego Francisco P. Xavier Lopes

Critérios para implantação

Segundo representantes do Núcleo de Educação, Nova Esperança reúne condições para participar da consulta porque possui mais de uma escola estadual atendendo anos finais do Ensino Fundamental. “O município não pode ter apenas uma escola do Estado para ofertar o programa. É necessário que exista outra alternativa para as famílias que não desejarem o modelo cívico-militar”, explicou um dos técnicos presentes.

Na região atendida pelo NRE de Paranavaí, somente Nova Esperança ainda não aderiu ao programa, embora preencha os critérios de oferta escolar. Entretanto, nem todas as escolas do município podem ser indicadas para o modelo. Ficaram automaticamente excluídas aquelas que possuem ensino noturno — caso do Colégio São Vicente — e, até então, também as escolas de tempo integral, como Costa Monteiro e Barão do Campo Barão de Lucena.

A Escola Cônego Francisco P. Xavier Lopes, portanto, foi a unidade selecionada para a consulta pública que ocorrerá nos próximos dias, com voto secreto entre pais, mães, responsáveis e funcionários.

Funcionamento do modelo

Os representantes reforçaram que, nas escolas cívico-militares do Paraná, a direção segue sendo exercida por profissionais da educação, e não por policiais militares.

“O diretor continua o responsável máximo pela escola, com mandato definido pela consulta pública realizada a cada quatro anos. O militar atua como apoio, seguindo diretrizes da direção e desempenhando funções parecidas com as de inspetores”, explicou a chefe do Núcleo, Adélia Paixão.

A equipe técnica também apresentou dados que, segundo eles, demonstram avanços no rendimento escolar e na disciplina em unidades que já adotam o programa:
– aumento do IDEB em diversas escolas;
– redução de problemas disciplinares;
– diminuição de evasão escolar e melhoria na frequência;
– aprovação de 89,3% dos responsáveis e 90% dos professores e pedagogos, conforme pesquisas apresentadas pelo Estado.

Outro ponto destacado foi a estrutura curricular do modelo, que inclui disciplinas como Cidadania e Civismo, além de momentos diários de formatura para entoação do Hino Nacional e orientações gerais do dia. O uso de uniformes específicos — de uso diário e de gala — também integra a rotina das escolas cívico-militares.

Dúvidas e contrapontos da comunidade

Durante o debate, pais e responsáveis fizeram questionamentos sobre possíveis impactos na rotina escolar, atendimento a alunos com dificuldades de aprendizagem e critérios de premiação dos estudantes.

As representantes do Núcleo afirmaram que as certificações contemplam não apenas notas altas, mas também o avanço pessoal do aluno. “Há premiações voltadas à superação individual. Um estudante que melhora seu próprio desempenho, ainda que não atinja notas máximas, também é reconhecido”, esclareceram.

Outra preocupação recorrente foi sobre vagas em caso de discordância de famílias. A equipe do NRE informou que as demais escolas do município possuem capacidade para receber alunos que optarem por não permanecer no modelo, caso ele seja aprovado.

Voto será decisivo

Reforçando a importância da participação popular, os representantes do Núcleo Regional de Educação destacaram que a consulta é um instrumento fundamental de gestão democrática.

“Estamos aqui para apresentar o programa com total transparência. A decisão final é da comunidade escolar. O Estado quer ouvir os pais, e ninguém está aqui para direcionar o voto de ninguém”, afirmou uma das servidoras do NRE durante a audiência.

A escolha sobre a implantação ou não do modelo Cívico-Militar na Escola Estadual Cônego Francisco P. Xavier Lopes está sendo realizada nesta segunda-feira (17) e terça-feira (18), das 8h às 22h. O resultado definirá se a instituição será transformada em unidade cívico-militar a partir de 2026.

Representante do NRE esclarece os pontos do programa e reforça que a decisão cabe exclusivamente à comunidade escolar

Quem pode votar?
– Apenas o responsável pela matrícula do aluno;
– É permitido apenas um voto por estudante.

 Atenção: Responsáveis por alunos que ingressarão na escola apenas em 2026 não participam da votação.

A prefeitura e a direção da escola reforçam que a votação é secreta e destinada exclusivamente a pais ou responsáveis dos estudantes matriculados, além de professores e funcionários.


Anuncie com Jornal Noroeste
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