Precisamos falar sobre Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim. O filme está em cartaz há um tempo considerável, desde o final de outubro, e, por diferentes razões, acabei não dando a devida atenção a ele aqui na Coluna Sétima Arte. No entanto, por quase quatro semanas, mantém-se firme nas salas de cinema, atraindo um público considerável. Embora não alcance o status de fenômeno, como ocorreu com Barbie há algum tempo, é digno de atenção, especialmente em tempos pós-pandêmicos, onde os produtos de entretenimento se tornam cada vez mais efêmeros e descartáveis.

Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim traz a aguardada adaptação cinematográfica do fenômeno dos jogos de terror, prometendo mergulhar os espectadores em um pesadelo animatrônico. Sob a direção de Emma Tammi, o filme busca recriar a atmosfera tensa e a narrativa misteriosa que conquistaram os corações dos fãs dos jogos originais.

Os icônicos animatrônicos, incluindo o temível Freddy Fazbear, ganham vida através de efeitos visuais impressionantes. A atenção aos detalhes na criação desses personagens adiciona um toque sombrio e realista à narrativa, intensificando a experiência assustadora. Repleto de easter eggs, a adaptação cinematográfica faz a alegria dos fãs. Essa fidelidade visual é um ponto forte que pode ser considerado como puro fan service.

A longevidade nas telonas é resultado de um fim de semana de estreia muito bem-sucedido. Nos três primeiros dias, o filme arrecadou impressionantes 130,6 milhões de dólares em todo o mundo, superando as expectativas e tornando-se a maior abertura da produtora Blumhouse. Esse feito coloca Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim como a maior estreia para um filme de terror no acumulado do ano, superando até mesmo Pânico 6. Um sucesso que destaca a força da base de fãs e o interesse do público em geral no universo sombrio dos animatrônicos.

Interessante notar o contraste entre a reação do público e a crítica especializada ao longo das últimas semanas. Apesar das avaliações negativas da crítica, que atingiram cerca de 24% no site agregador Rotten Tomatoes na noite de estreia, as resenhas do público no mesmo site mostram um nível de aprovação notável, que, até o fechamento desta edição, contava com 87%. Essa disparidade reflete a clara divisão que venho indicando há algum tempo entre os críticos especializados e o público em geral. O que, mais uma vez, traz de volta aquela velha pergunta retórica: o cinema é feito para os críticos ou para o público?

A narrativa, centrada no cenário da pizzaria dos jogos, traz mortes e sustos em um enredo fácil de ser acompanhado. A trama ainda explora o passado do protagonista Mike e seu irmão menor, adicionando camadas mais densas à história. No entanto, a interpretação do elenco, com exceção de Josh Hutcherson, é criticada, com razão, por sua falta de profundidade, transformando algumas cenas em momentos constrangedores.

Apesar da fidelidade aos jogos, o filme também falha em entregar algo inovador. A ideia de robôs ganhando vida e ameaçando invasores é considerada pouco inovadora, e a falta de um abraço total ao clima trash que os fãs do gênero tanto apreciam pode ser compreendida, na minha opinião, como uma falha. Além disso, a expectativa gerada no expectador por mais violência e gore não é completamente atendida, deixando uma certa sensação de desapontamento. Bem por isso, os críticos tendem a malhar o filme, por outro lado, ao público mais jovem esses dois pontos aparentemente parecem não incomodar.

Vamos à trama! Mike, um jovem com uma vida tumultuada e dificuldades em encontrar emprego. Após se envolver em problemas judiciais, ele recebe a sugestão de um conselheiro para trabalhar como vigilante noturno em uma Freddy Fazbear's Pizza abandonada. Aceitando o emprego devido às pressões familiares, Mike se depara com robôs que ganham vida e atacam qualquer intruso no restaurante. Além disso, o filme explora o passado de Mike e seu irmão menor, sequestrado na infância, o que concede um ar mais dramático à trama.

Por que ver esse filme? De qualquer forma, Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim deve ser visto por sua fidelidade visual aos personagens icônicos. Além disso, o fato de a obra ser uma montanha-russa de reações, dividindo críticos e fãs, não afetou o sucesso nas bilheteiras, o que indica um triunfo para a adaptação e um chamariz para o público que ainda não conferiu a obra. Mesmo tendo problemas de elenco e roteiro, o filme mostrou-se ser muito mais do que apenas mais uma incursão em um universo peculiar de robôs assustadores, o que possivelmente renderá uma possível franquia e várias sequências. Se você ainda não conferiu esse filme no cinema, essa é a hora; corra para contemplar a jornada aterradora nas profundezas do horror animatrônico enquanto ela ainda está em cartaz. Boa sessão!