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Batem à Porta


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 16/02/2023
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Recentemente chegou aos cinemas o novo thriller de M. Night Shyamalan e apenas isso já basta para fazer os fãs de uma geração inteira (no caso a minha) irem ao cinema. Isso porque o nome Shyamalan vem envolto em mistérios e plot twists desde a época do surpreendente O Sexto Sentido, de 1999. Depois desse filme, o famoso cineasta indiano naturalizado norte-americano apresentou ao mundo muitas outras obras, algumas tão ilustres quanto O Sexto Sentido e outras bem aquém desse grande sucesso. Essa inconstância em relação às suas obras apenas reforça a curiosidade do público, por isso, sempre vale a pena conferir seus filmes diretamente no cinema. Essa semana, a Coluna Sétima Arte trará alguns detalhes sobre Batem à Porta.

A história desse filme, diferente de outras do diretor. Não é original, mas uma adaptação do premiado livro “Um Chalé no Fim do Mundo”, de Paul Tremblay. A trama do livro, que foi levada ao cinema, é muito instigante e rapidamente chamou a atenção de muita gente, gerando grande expectativa em torno da obra. É claro que, contando com toda a sua experiência, M. Night Shyamalan deu seu toque particular tanto ao roteiro quanto ao filme em si. Por isso, em sua adaptação nem tudo segue à risca o que está nas páginas da obra literária, no entanto o filme ainda é muito fiel à essência do livro.

Uma característica marcante das obras desse diretor é sem dúvida a profundidade das discussões que suas tramas levam para o cinema. Em geral, assistir um filme dele é ficar horas divagando sobre muitas questões do campo da metafísica. Certas obras abordam questões existenciais, outras de fé e outras ainda questões sociais. Seus filmes surpreendem na mesma medida em que instigam reflexão. Dito isso, Batem à Porta foge um pouco à regra. Digo isso não pelo fato dele não gerar reflexão, porque isso ele desperta sim! Mas, no caso, porque falta a esse filme um elemento que é quase característico da filmografia de Shyamalan, o plot twist. Algo compreensível, já que ele trabalha com a história de outra pessoa e não composta por ele mesmo.

Mas, a falta de uma surpreendente reviravolta no final do filme não o torna menor. Pelo contrário, sua previsibilidade prepara o expectador para os acontecimentos e faz com que ele se questione e pondere tanto as decisões dos personagens na tela quanto às suas próprias diante desse tipo de dilema. É um exercício de empatia. Diferente do que um primeiro olhar possa deixar transparecer sobre o filme, ele se constrói muito mais em torno de dilemas de discussão intelectual, moral e social do que necessariamente da agressão física. Algo que gera tensão sem opressão (coloca tensão nisso!).

Para isso, ele lançou mão de um elenco competente e muito conhecido por grande parte do público. Desse elenco, quem mais chama atenção, em relação à qualidade de trabalho entregue, não é necessariamente quem é mais famoso. Digo isso porque o nome de Rupert Grint (famoso pela franquia Harry Potter) é aquele que mais chama a atenção na lista de atores e, no entanto, ele e o que menos aparece em cena. Quem realmente aproveitou muito bem a oportunidade e demonstrou que cresceu realmente como ator (calando a boca de muita gente, diga-se de passagem) foi Dave Bautista. O ator que é conhecido por interpretar o estranho Drax, da equipe dos Guardiões da Galáxia, da Marvel, entrega nessa obra o maior papel de sua carreira. Sua aparência não lhe favorece para papeis mais densos e dramáticos, bem por isso, ele aproveitou a chance para entregar ao público um personagem realmente interessante. Outra que surpreende na mesma intensidade é a jovem Kristen Cui, a menina que é filha do casal, o diretor desde sempre trabalha bem com crianças e, nesse caso, conseguiu extrair da jovem atriz uma atuação profunda e convincente. Além dela, destaque deve ser dado para Jonatan Groff e Ben Aldrige, que ganham o protagonismo da trama, os dois são muito intensos e juntos despertam um tipo de empatia gratuita muito bem-vinda à trama.

Falando em trama, vamos à ela! Um casal gay sai de férias com sua filha e se retiram para uma cabana isolada na floresta. A tranquilidade chega ao fim quando quatro fanáticos religiosos e desconhecidos invadem o local alegando o início do apocalipse. Eles exigem que a família realize uma escolha urgente e drástica para evitar a fatídica destruíção da humanidade.

Por que ver esse filme? A meu ver o filme poderia explorar um pouco mais o teor psicológico e permitir ao público duvidar um pouco mais de tudo o que está acontecendo. Ou seja, se a real ameaça do fim do mundo é eminente ou não. No entanto, essa rapidez em revelar os detalhes não estraga a experiência proporcionada pela obra. Não é um grande destaque como outras obras do diretor, mas é bem melhor do que outras obras dele também. Poderia ser mais, mas ainda assim é um excelente entretenimento para a semana.

Agora, se você quer um filme menos denso e mais divertido, a estreia da Marvel para esses dias que antecedem o Carnaval promete agitar os cinemas. Nessa quinta-feira estreou o esperado Homem-Formiga e Vespa: Quantumania. O filme dará início à fase 5 Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) e tem gerado expectativas, já que a fase 4 foi bem xoxa. Já se passaram quatro anos após a derrota de Thanos e, desses quatro, três foram gastos com uma fase 4 que, se não atrapalhou, também não contribuiu muito para o desenvolvimento do MCU.

Agora, com essa estreia entra em cena um novo vilão e ao que tudo indica será ele que dará o tom para essa nova fase, guiando os acontecimentos até Vingadores: Dinastia Kang. Como Homem-Formiga e Vespa: Qauntumaniaestará disponível na quinta-feira, o que nos resta são apenas os pareceres da crítica especializada e as especulações dos fãs. No entanto, algumas coisas já podem ser consideradas.

Como, por exemplo, o fato da crítica especializada, que teve acesso ao filme antecipadamente, estar muito dividida. Há quem gostou muito e quem torceu o nariz. Quem gostou, está em maior número, no entanto, é consenso entre ambos os grupos que o ator Jonathan Majors foi uma excelente adição ao MCU. Conforme a maioria deles, o vilão interpretado por Majors pode ser até melhor do que o antecessor Thanos. Como a Saga do Infinito elevou os parâmetros da Marvel nos cinemas, o que se espera agora é algo, no mínimo, equivalente.

Sobre a trama que irá entrelaçar as histórias de Scott Lang (Homem-Formiga) e Kang quase nada se sabe, a não ser aquilo que pode ser constando no trailer. Mesmo assim, o trailer já dá uma boa noção do que os fãs devem esperar. Aparentemente, a trama vai retomar a ideia do tempo perdido por Scott após o estalar de dedos de Thanos em Vingadores: Ultimato. Os cinco anos de lapso fizeram com que ele perdesse o contato com sua filha, que já é praticamente uma adulta. Ao tentar se reconectar ele a trará para o mundo das Ciências, abrindo a possibilidade para que ela, seu pai, Hope, Hank e Janet Van Dyne sejam levados para o Reino Quântico. Lá Scott Lang terá contato com Kang, o Conquistador, que lhe prometerá o que ele mais quer: tempo.

O que esperar? O primeiro ponto que todos os fãs esperam são tramas mais bem estruturadas e menos difusas do que aquelas da fase 4 do MCU. Além disso, todos querem ver a maravilhosa construção visual dos demais mundos aos quais os heróis desse filme terão acesso, o trailer já mostrou um pouco disso. Por fim, algo que é muito particular meu. Eu espero que o filme trabalhe e explore bem a humanidade de Scott Lang. Dos heróis do MCU ele, juntamente com o Homem-Aranha, é um dos meus preferidos, por ser demasiadamente humano. Ele carrega o fardo de ter problemas passados com a polícia, de não ser reconhecido mundialmente como herói, de ter uma terrível baixa alto-estima. Tudo isso o tornam o personagem mais interessante da MCU e, ao mesmo tempo, o mais perigoso. Haja vista a grande potencialidade de ser iludido e, por exemplo, manipulado por alguém como Kang, o Conquistador. São apenas especulações do meu lado nerd, mas que já trazem de volta aquela sensação boa de ficar tecendo teorias em volta dos rumos que as tramas da Marvel tomarão no cinema. Aproveite a estreia e boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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