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Médica alerta: “kit Covid não tem evidência científica e pode gerar efeitos adversos graves em cardiopatas”


Por: Alex Fernandes França
Data: 04/09/2020
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Tratamento deve ser individualizado, de acordo com sintomas e perfil do paciente. “Remédios não tem comprovação de eficácia, como a cloroquina, a hidroxicloroquina associada ou não à azitromicina e a ivermectina”, frisou a médica Dra. Mariana Mantovani Meira Santos. 

Caso você tenha recebido via redes sociais a indicação do uso de medicamentos visando um “tratamento precoce e profilático” contra a Covid 19, desconfie. 

De acordo com a médica Dra. Mariana Mantovani Meira Santos, que atende na Policlínica de Nova Esperança, com base nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Infectologia, “os principais estudos clínicos que são randomizados com grupo de controle não demonstraram benefício do uso da cloroquina nem da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes hospitalizados com Covid 19 grave. Efeitos colaterais foram relatados”, salientou.

Dentre os remédios mais citados nos chamados "kits de tratamento precoce" estão os já conhecidos: "hidroxicloroquina/cloroquina, azitromicina e ivermectina. Estas medicações não demonstraram quaisquer benefícios. Quem estiver se arriscando a prescrever medicações pela internet poderá responder criminalmente por exercício ilegal da medicina”, alertou a médica. 

A profissional também explicou que o Ministério da Saúde recomenda o uso destas medicações, mas não obriga o médico a prescrever. “A hidroxicloroquina/cloroquina não podem ser usadas em qualquer paciente. Os cardíacos não podem fazer uso desta medicação, pois correm riscos de desenvolverem arritmias cardíacas podendo ser fatais para muitos. Em consulta médica, caso o paciente deseje fazer uso da medicação, poderá fazê-lo, precisa então assinar um termo se comprometendo a assumir os riscos que poderão ocorrer e mesmo assim nós médicos deveremos avaliar  se está apto a receber a medicação. Existem casos que mesmo o paciente querendo, de acordo com o quadro clínico podemos optar por não administrar a medicação. Também existem riscos oftalmológicos que podem levar à cegueira”, pontuou. 

Polarização

A polarização tem se acirrado com a defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que insiste no uso da hidroxicloroquina. 80% das pessoas com a doença terão apenas sintomas leves e moderados, independentemente do tratamento prescrito no início da doença. “Sobre os antiparasitários ivermectina e nitazoxanida parecem ter atividade in vitro contra a SARS – Cov-2, porém ainda não há comprovação de eficácia in vivo, isto é, em seres humanos. A Universidade de Oxford na Inglaterra, que avalia várias terapias em potencial para o Covd-19 demonstrou que o corticoide dexametasona aumenta a sobrevida em pacientes com Covid-19 grave que necessitam de oxigênio suplementar ou ventilação mecânica. Nesta situação temos ministrado esse medicamento, com bastante êxito, mas só acontece em pacientes internados e não de forma preventiva” finalizou Drª Mariana Mantovani Meira Santos.


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