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Em Nova Esperança, casos de dengue ‘explodem’ em meio à pandemia do coronavírus


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 14/04/2020
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Victor Ramalho

Especial Jornal Noroeste

Em apenas dois meses, cidade saltou de 93 para 1.005 diagnósticos positivos da doença. Segundo as autoridades de saúde, a quarentena limitou trabalhos de prevenção ao mosquito.

Em meio à pandemia do novo coronavírus no mundo, um ‘velho’ conhecido continua causando problemas à saúde em Nova Esperança. De acordo com o boletim divulgado no último sábado, 11, pela Secretaria Municipal de Saúde, já são 1.005 casos positivos de dengue no município, com um óbito confirmado no atual período epidemiológico, iniciado em agosto de 2019.

O número é cerca de 12 vezes maior que o considerado tolerável pelo Ministério da Saúde, que classifica como ‘epidemia’ uma infestação igual ou superior à 3 casos para cada mil habitantes. Atualmente, a cidade apresenta uma média de 38 casos para mil pessoas. 

O crescimento repentino no número de confirmações chama a atenção. Há cerca de dois meses atrás, quando Nova Esperança declarou epidemia da doença, haviam 93 casos positivos. Os dados alarmantes, no entanto, tem explicação.

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, com o período de quarentena provocado pela Covid-19, as autoridades intensificaram o fechamento de diagnósticos. Muitos exames pendentes de pacientes com suspeita de dengue e que ainda aguardavam resultados foram concluídos nas últimas duas semanas, tendo seus laudos divulgados nos últimos boletins epidemiológicos.

Quarentena influenciou nos trabalhos de prevenção ao Aedes Aegypti

Para as autoridades de saúde do município, o período de isolamento social pode ter atrapalhado um pouco os trabalhos de prevenção ao mosquito da dengue. Segundo a coordenadora da divisão de Vigilância Ambiental, Juliana Gazola Fernandes, o confinamento impede que as orientações sejam passadas aos moradores com mais clareza.

“Por conta de toda a situação, nós temos evitado ao máximo ir até a residência das pessoas. Só vamos quando são casos extremos, como denúncias por suspeita de focos de dengue. Mesmo assim, precisamos seguir as recomendações do Ministério da Saúde, como manter a distância mínima de 2 metros do morador, passando as orientações do lado de fora do domicílio, entre outras situações”, afirmou. 

Em uma força-tarefa envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde, Vigilância Sanitária e Vigilância Ambiental, Nova Esperança conseguiu concluir um ‘mutirão’ de limpeza contra a dengue semanas antes do início da quarentena. A ação abrangeu todos os bairros da cidade, além dos dois distritos. Agora, o trabalho é de conscientização e averiguação de denúncias esporádicas.

“Felizmente, conseguimos concluir os mutirões de limpeza com 100% de eficácia, atingindo toda a cidade e os distritos, que era o nosso objetivo. No momento, continuamos orientando as pessoas quanto aos cuidados de prevenção, mas é claro que não podemos ficar entrando em todas as residências, até para evitar as aglomerações”, declarou Juliana.

Para a coordenadora, os moradores não ficaram menos cuidadosos quanto à dengue, porém, o isolamento ocasionado pelo coronavírus limitou as ações em algumas tarefas essenciais, como a limpeza de terrenos. 

“A orientação geral é para permanecer em casa, evitar sair ao máximo. Com isso, quem tem terreno baldio acaba não limpando justamente por não poder deixar a residência. Não acredito em descuido ou relaxo, é algo que, infelizmente, as circunstâncias permitiram acontecer e fazem diferença”.

Tratamento

A Secretaria Municipal de Saúde garante que, mesmo com as recomendações para se evitar aglomerações nas UBS’s, todas as unidades de saúde de Nova Esperança continuam atendendo vítimas de dengue. 

“Não podemos baixar a guarda. A dengue é uma doença séria e mata. Não deixaremos, de forma alguma, os pacientes desassistidos”, afirmou a Secretária de Saúde, Izabel Cancian, em contato com a reportagem.

Os casos mais graves ou que necessitam de internação estão sendo encaminhados para o Hospital Municipal. No momento, 1.052 notificações suspeitas da doença seguem em investigação.

 


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