Manter o intestino em dia pode ajudar na perda de peso
Como está o funcionamento do seu intestino? Você já se fez esta pergunta? Pois o desempenho adequado deste órgão tem relação direta com outras funções do nosso corpo e até com a perda de peso.
A explicação é simples. Segundo a nutricionista, Marilia Zaparolli, que atua no Eco Medical Center em Curitiba, nas áreas da nutrição relacionadas ao emagrecimento e cirurgia bariátrica, o intestino humano apresenta ampla relação com os sistemas nervoso, hormonal e imunológico. “O sistema gastro-entero-hepático secreta mais de 20 hormônios já identificados, enquanto o sistema imunológico intestinal contém entre 70 e 80% das células imunológicas do organismo humano”, destaca Marília.
Por conta desta função, o intestino humano tem sido reconhecido como um órgão endócrino, envolvido no metabolismo energético e na imunidade do organismo. É na chamada microbiota intestinal que está presente a maior e mais variada comunidade de micro-organismos do nosso corpo. “A formação da microbiota se inicia no nascimento da pessoa, diferenciando-se entre os indivíduos ao longo da vida, uma vez que sofre alterações pela exposição a diversos fatores como dieta, estilo de vida, utilização de medicamentos e procedimentos cirúrgicos”, completa a nutricionista.
Obesidade x Microbiota Intestinal
Atualmente, pesquisas apontam evidências de que a microbiota intestinal impacta no desenvolvimento da obesidade e de doenças metabólicas associadas, como diabetes e esteatose hepática - a gordura no fígado. Isso acontece devido ao seu papel na regulação do metabolismo energético e do depósito de gordura corporal. “Estudos têm mostrado que indivíduos com excesso de peso, normalmente, apresentam menor diversidade de bactérias no seu intestino, o que pode contribuir para um quadro de desequilíbrio - conhecido como disbiose”, explica Marília.
Diante deste cenário, vem sendo cada vez maior a busca pelo aprimoramento ou modulação da microbiota intestinal, como uma terapia alternativa e promissora na prevenção da obesidade e doenças metabólicas. De acordo com a nutricionista, manter a microbiota saudável pode ajudar no processo de perda de peso.
“Pacientes que iniciam o processo de emagrecimento devem receber orientações e estratégias para melhorar a saúde intestinal. A mudança de hábitos e estilo de vida contribui para o retorno do equilíbrio da microbiota intestinal. Com isto, há uma alteração da produção de substâncias que participam como mecanismos reguladores do metabolismo.”
Na prática, a nutricionista destaca que a alimentação é um dos fatores fundamentais no tratamento da microbiota intestinal. Frutas e hortaliças devem estar no cardápio do dia a dia, assim como alimentos que contêm a chamada gordura boa, presente em oleaginosas, como castanhas e nozes. “É importante também o consumo de probióticos, microrganismos vivos que, quando ingeridos em quantidades adequadas, são benéficos a? saúde. E ainda, devemos incluir nas refeições os alimentos conhecidos como prebióticos, ricos em fibras.”
Já outros itens devem ser evitados. “É necessário reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas e ainda o consumo de carne vermelha e de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, farinha branca e gorduras trans, fabricadas industrialmente”, conclui Marília.