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Um país dividido


Por: Alex Fernandes França
Data: 09/10/2018
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No próximo domingo (07) teremos eleições onde escolheremos nossos representantes para mais um mandato. Não me lembro na história brasileira tamanha divisão quanto à vivida neste momento. As extremas esquerda e direita estão dando o tom nas eleições presidenciais, o que sinceramente é preocupante, pois extremismos são perigosos. 

Nas eleições presidenciais de 1989, sob o manto de ser o “Caçador de Marajás”, Fernando Collor de Mello foi eleito na esperança de combater a corrupção e as mordomias da classe política. A história nos mostra que isto definitivamente não aconteceu. Muito pelo contrário, além de confiscar por 18 meses os depósitos bancários superiores a Cr$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzeiros) visando reduzir a quantidade de moeda em circulação, e efetuar alterações no cálculo da correção monetária e no funcionamento das aplicações financeiras, a corrupção no governo Collor veio ao conhecimento público após o irmão do Presidente, Pedro Collor de Mello (1952-1994),  revelar durante entrevista à revista Veja em maio de 1992, um esquema de corrupção que envolvia o núcleo do Presidente, incluindo  o ex-tesoureiro da campanha Paulo César Farias (1945-1996), conhecido por PC Farias que tempos depois seria assassinado juntamente com sua namorada Suzana Marcolino. O caso ainda gera controvérsias e são duas as principais versões: A primeira aponta para crime passional, onde Suzana teria assassinado PC e depois se suicidado e a segunda e mais contundente é a de que ambos foram assassinados, como suposta queima de arquivo. 

Após processo de impeachment na Câmara dos deputados e da presença maciça da população nas ruas, no movimento conhecido como os “caras pintadas”, do qual fiz parte nos meus tempos de universitário, Collor renuncia antes de ser condenado, visando preservar seus direitos políticos, assumindo seu vice, Itamar Franco. O descontentamento popular na época era igual ao que vemos acontecer hoje. Neste instante caia o mito do “caçador de marajás”, cuja alcunha dada a Collor acabou sendo tema de música famosa cantada pelo Gaúcho da Fronteira. 

O tempo passou, governos se sucederam, porém o fato é que  Brasil precisa avançar, e rápido. É importante criar uma agenda positiva em busca do desenvolvimento nacional. Divido por classes e minorias, o país fica girando sem sair do lugar. O governo deve contemplar ações para todos. Direitos individuais precisam ser respeitados, mas o anseio coletivo é o que deve dar o tom do próximo governo.  A corrupção, grande mal da nossa nação precisa ser extirpada, mas não é fácil. Uma vez institucionalizada, a roubalheira se tornou peça da engrenagem de grande parte das obras públicas, que pararam após o desmonte do esquema: detalhe era necessário que isto acontecesse para o bem do erário. Desemprego aliado aos baixos índices de desenvolvimento econômico e social, precariedade da Segurança Pública, falta de investimentos em Educação e Saúde estão entre alguns dos nossos principais problemas. 

É hora de escolher e votar bem é fundamental. Discursos bonitos, recheados de bravatas e ufanismos não podem ser instrumentos alienantes. O descontentamento popular com a classe política está generalizado e os eleitores querem um choque imediato com o atual sistema político, isso é perceptível nas diversas manifestações populares como carreatas e passeatas. O povo brasileiro não agüenta mais tantos desmandos. Esquerda e direita historicamente caminham por extremos. A luta de classes não combina com a idéia de uma economia liberal, onde o capital dita as regras do mercado e o Estado pouco intervém neste processo. Por outro lado, foram as estatais justamente o meio para a operacionalização da corrupção, como no caso da Petrobrás, onde as empreiteiras pagavam polpudas propinas a seus diretores que lavavam o dinheiro através dos operadores do esquema. Seria oportuno privatizar tudo e estancar a sangria? Fica a pergunta. 

As ideologias apresentadas nos palanques eleitorais são belas em suas composições. Seriam elas meros panos de fundo para a dominação das massas e a conseqüente conquista do poder?  Já escolhi meus candidatos. Alguns serão eleitos, outros talvez não. Ás vezes quando se perde é que se ganha. Que Deus tenha misericórdia da nossa nação.

Alex Fernandes França


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