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No centro do globo azul, nossa bandeira carrega as palavras “Ordem e Progresso”. Elas foram inspiradas em um lema do positivismo, corrente filosófica popular na época da criação da bandeira nacional, em 1889. 

O positivismo teve como “pai” o pensador francês Auguste Comte (1798-1857), seu nome está indissociavelmente ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o objetivo de reorganizar o conhecimento humano e que teve grande influência no Brasil. Comte também é considerado o grande sistematizador da sociologia.

De acordo com o Dicionário de Filosofia do italiano Abbgnano, a principal característica do positivismo é a romantizaçào da ciência, sua devoção como único guia da vida individual e social do homem, único conhecimento, única moral, única religião possível. 

Como Romantismo em ciência, o positivismo de Comte  acompanha e estimula o nascimento e a afirmação da organização técnico-industrial da sociedade moderna e expressa a exaltação otimista que acompanhou a origem do industrialismo. No fundo, Comte foi um conservador ou mesmo um restaurador, em pânico ante as “desordens” que a razão fez vir à tona, na Revolução Francesa. 

Mas o que tem haver o positivismo de Augusto Comte com o Presidente Jair Bolsonaro? Tudo, e nada ao mesmo tempo. 

A presença de dezenas de militares ocupando cargos importantes somada a posse do juiz Sergio Moro no ministério da Justiça e Segurança Publica, trouxeram para o governo Bolsonaro uma atmosfera de ordem e a expectativa da extinção da corrupção e impunidade. 

O discurso contra a impunidade e a corrupção foi muito utilizado tanto pelo Bolsonaro pai como pelos filhos (Flavio, Eduardo e Carlos). Mas parece que o conceito de corrupção não está muito claro nessa família. 

Não preciso detalhar o caso, pois todos já sabem, mas em suma, Fabrício Queiroz que é ex-assessor e ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada "atípica", segundo relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). Além disso, também, foram constatados vários depósitos no valor de R$ 2 mil reais dentro de um relativo espaço de tempo na conta do Deputado, feitos por Queiroz. 

O que tem indignado milhões de brasileiros é fato de que o Deputado que nem assumiu a cargo de Senador recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que levou à suspensão da investigação contra seu ex-assessor Fabrício Queiroz, o senador eleito (mas que não tomou posse) alegou ter foro privilegiado no Supremo e pediu a anulação das provas recolhidas pelo Coaf. 

O “famigerado” foro privilegiado que foi alvo das criticas do então ministro Sergio Moro e também esteve na pauta dos discursos dos “Bolsonaros”, agora é valido. Ordem e Progresso?

Eu me pergunto, onde está a ordem nisso tudo? E o progresso? Não vou dizer que regredimos, mas, com certeza estamos no mesmo lugar. 

Bolsonaro comentou sobre o caso em uma entrevista que foi gravada em Davos, onde ele participa do Fórum Econômico Mundial, o Presidente disse que "se por acaso ele [Flávio] errou e isso for provado, eu me arrependo como pai, mas ele terá que pagar o preço por essas ações, que não podemos aceitar". 

É obvio que um pai não deve pagar pelos erros do seu filho, e o contrario também é verdade. Mas não podemos negar que o caso Queiroz traz instabilidade para o governo. Conforme já afirmei em outro artigo, Bolsonaro cativou milhões de brasileiros e por esse motivo tornou-se responsável por eles, e terá que corresponder às expectativas dos mesmos. Enquanto isso ficamos no aguardo da apuração dos fatos e do posicionamento do Presidente. 

Alison Henrique Moretti


Anuncie com Jornal Noroeste
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