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O Brasil foi chocado na manhã de quarta feira (13) pela noticia de um verdadeiro massacre que envolveu ex-alunos que invadiram uma escola e abriram fogo contra uma coordenadora pedagógica, inspetora e alunos, matando sete pessoas e ferindo outras onze em Suzano, na Grande SP.  Os executores também morreram no local. 

De acordo com os fatos apurados até então, os executores eram dois jovens, um de 17 e outro de 25 anos, ambos aparentemente nunca apresentaram nenhum tipo de comportamento que levassem familiares e amigos a acreditar que tal brutalidade poderia ser cometida por eles. 

Um fato que tem chamado atenção, é que os jovens tinham certa “fascinação” por games de tiros. Em algumas versões desse tipo de game, é comum o jogador assumir o papel de alguém que sai pela cidade, munido de armas de fogo atirando nas pessoas, não que o objetivo do jogo seja esse, mas a possibilidade existe. 

Ao que tudo indica os jovens reproduziram no mundo real aquilo vivenciavam diariamente nos jogos virtuais. O que desperto isso neles? Eis a questão. Não sou psicólogo e nem psiquiatra, por isso não estou apto para falar com propriedade sobre o comportamento humano e as patologias da mente. 

Mas com base na filosofia, Segundo Platão (427-347 a.C.), todo homem abriga dentro de si dois conselheiros insensatos e antagônicos, o prazer e a dor. No livro A Republica, Platão desenvolve o conceito do “homem, senhor e escravo de si mesmo”. O homem senhor de si mesmo aprende a lidar com a dor e as frustrações, e não se entrega aos prazeres da alma. Já o homem escravo de si mesmo vive para satisfazer os prazeres da sua alma. 

Parece-me que esses dois jovens se tornaram escravos de si mesmos a tal ponto de confundirem a realidade com o mundo virtual dos games. Matar somente na tela do computador não foi suficiente.

Eu mesmo, na adolescência joguei muito um desses games, a proposta do jogo era cumprir algumas missões e enfrentar gangues rivais, mas à medida que o personagem ia andando pela cidade era possível roubar carros e atirar em qualquer pessoa, obviamente que isso tinha consequências, a polícia logo estava na sua “cola”. 

Mas é ai que está a “graça” do jogo, a adrenalina de cometer uma infração e ter que enfrentar as consequências com a possibilidade de sair ileso. Por ter jogado esses jogos na minha adolescência e ter tido esse tipo de sensação, isso faz de mim um psicopata com probabilidades de sair atirando nas pessoas? Acredito que não. 

A violência é inerente ao ser humano, desde o mais sereno até o mais agressivo, todos temos nossos momentos de descontrole emocional, é ai que a violência vem à tona, não que isso justifique, porém, não tem como fugir. Como eu disse em outro artigo citando Thomas Hobbes “o homem é o lobo do próprio homem”. Nossa realidade é a guerra de todos contra todos. 

Existe um versículo na Bíblia que diz assim: “Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade”.  Provérbios 16:32. Domínio próprio é saber se controlar. Isso é muito importante porque nem todos os nossos impulsos são bons. Quem vive apenas para satisfazer seus prazeres, sem se preocupar com as consequências, acaba se dando mal. 

Obviamente que dentro do contexto Bíblico esse tipo de controle só é possível por meio da Graça divina e da ação do Espírito Santo no coração do ser humano que é mau e violento por natureza. Diante disso, fazendo um paralelo com Platão e Hobbes, o primeiro acreditava que a razão faria do homem senhor de si mesmo, o segundo propôs que somente o Estado poderia nos salvar de nós mesmos, mas a verdade é que somente a Graça divina pode nos livrar da nossa própria maldade. 

“Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”.  Tito 2:11-13 

Alison Henrique Moretti


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