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Considerado um dos maiores eventos do Brasil, o desfile das escolas de samba no sambódromo do Anhembi na cidade de São Paulo, que acorre todo ano em virtude do Carnaval, esse ano causou polêmica com o desfile da escola Gaviões da Fiel que é também a maior torcida organizada do Sport Clube Corinthians. 

O desfile ocorreu na madrugada do ultimo domingo (03/03/2019), a escola alega ter feito uma releitura do samba enredo A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente (1994), porém, o objetivo central seria contar uma lenda árabe sobre o surgimento do café, apesar de que, a escola alegar que o tema seria o café, a religião tomou conta do sambódromo. 

Desde a letra do samba até os carros alegóricos, a religião esteve presente em todos os momentos. Um trecho da letra diz: “É meu santo é forte, não adianta me picar, sou Gavião e você pode acreditar que não aceito traição e o veneno da serpente eu transformo em semente”. Os termos “traição”, “serpente” e “semente” são emblemáticos na literatura judaico-cristã. 

Mas também houve figuras de outras religiões presente no desfile, principalmente da Umbanda e do Candomblé. 

Porém, o que chocou tanto católicos quanto evangélicos foi à encenação da disputa entre Jesus e o diabo. Jesus, que na encenação estava sendo representado por um ator praticamente “desfigurado”, com uma coroa de espinhos na cabeça e trajando apenas um trapo de pano tapando suas partes intimas. Bem parecido com aquele Cristo da Cruz, sofrido, surrado e humilhado. 

Já o diabo, foi representado por um ator com uma “bela” fantasia, mais parecida com uma armadura, ele tinha asas e estava na posse de uma arma medonha, um tridente, ou seja, seu estereótipo transmitia a ideia de força, poder e veemência, enquanto que Jesus transmitia fraqueza. 

O coreógrafo da Gaviões, Edgar Junior, disse em uma entrevista que o objetivo da escola foi alcançado, pois a ideia inicial era “chocar”, mexer com a polêmica Jesus e o diabo. 

Minha posição como Teólogo e principalmente como cristão, é que, se você é conhecedor das doutrinas básicas da fé cristã, já leu a Bíblia ainda que por curiosidade, você com certeza sabe que se Jesus enfrentar o diabo mil vezes, você sabe em que apostar, pois, o vencedor será o mesmo. Ou seja, Jesus. 

Segundo a literatura Bíblica, os demônios, que também são representados no desfile da Gaviões, são anjos caídos que se rebelaram contra Deus aliando-se ao diabo, o líder dessa rebelião. Paulo afirma que Jesus está acima de todos os “principados” (archai), potestades (exousiai), poder (dunamis), domínio (kuriotes), todo nome que se possa referir (Efésios 1:21), em outro ponto, nesse mesma carta, Paulo afirma que o diabo e seus demônios são os “dominadores desse mundo” (kosmokratoras), ele os chama de “forças espirituais malignas” (pneumatika tes ponerias) (Efésios 6:12). 

Isso significa que o mundo que nos vivemos está sobre o domínio do diabo, não porque ele venceu Jesus, mas por permissão divina. O interesse de Deus aqui na terra são as almas que estão sobre a influência desse domínio maligno. 

O que me espantou nesses dias não foi às imagens, a “Igreja” deveria saber que a estratégia do diabo é justamente essa, mentir e enganar. Assim como fez com Adão e Eva no Jardim do Éden, garantiu que a ameaça de morte era vazia e que, tendo os olhos abertos para conhecer o bem e o mal, o casal seria exaltado à semelhança de Deus (Gênesis 3:4). 

Não é de hoje que a Globo e tantos outros veículos de comunicação tentam ridicularizar o Cristianismo, isso já sabemos. Devemos nos calar? Obviamente que não. Mas acredito que a solução deve partir de dentro das Igrejas. Cristãos bem instruídos na Palavra de Deus não fariam tantas fanfarrices em sinal de protesto nas redes sociais como muitos têm feito. 

Parlamentares que se dizem pastores, mas que, creio eu nunca fez ao menos um curso básico de Teologia, se fossem um “pouco” mais prudentes não estariam fazendo tantos “alardes” como estão fazendo e estariam preocupados se os membros das suas igrejas possuem o mínimo de conhecimento Bíblico para lidar com os ataques do maligno. 

No tocante a atitude de muitos líderes religiosos e seus fieis em relação ao caso, concordo com o teólogo batista Tiago Santos que escreveu um texto que acabou gerando polemica ao fazer afirmações do tipo “Quando a igreja fez arminha com a mão, o diabo venceu”. Mas isso não está em foco aqui. 

O diabo vence quando a Igreja Evangélica brasileira sofre de “analfabetismo Bíblico”, o diabo vence quando Pastores despreparados sobem nos púlpitos e proferem sermões triunfalistas e humanistas, o diabo vence quando a famigerada bancada evangélica se preocupa em processar uma escola de samba ao invés de cumprir seu papel no parlamento e representar os evangélicos de forma séria e integra. 

Alison Henrique Moretti


Anuncie com Jornal Noroeste
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