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Para quem já foi ou ainda é criança


Por: José Antônio Costa
Data: 11/10/2019
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O dia 12 de outubro é feriado nacional em homenagem a Padroeira do Brasil. A data ainda celebra o Dia das Crianças.

Fiquei pensando em qual assunto abordar. Encontrei o tema e de repente, o questionamento: Quando deixemos de ser criança? As redes sociais ficaram repletas de fotos antigas durante essa semana. Porém, faço um desafio. Olhe para a sua foto e perceba o que você recorda. Faça essa experiência. O que é hoje está com a essência daquele menino ou menina da imagem.

Lembro com clareza da minha infância. Os amigos de escola, o futebol no campinho (onde hoje é a Clínica da Mulher, atrás do Hospital Municipal). As pipas que perdi porque a linha estourou. As corridas de bicicleta no quarteirão. Os pés sujos e cheios de bolhas depois de jogar bola no asfalto quente. Porém, a sensação mesmo era meu carinho de rolimã, pintado a mão com um encosto de madeira e ainda um sistema de freio desenvolvido por nós (os amigos da rua) que segurava o borrachão e fazia parar o veloz, até porque atrás do encosto do meu carinho estava escrito “Ferrari”. Imagine você a potência!

Não tenho que reclamar da minha infância. Tinha muita liberdade para inventar. Quantos carrinhos desmontei para tirar o motor e fazer outras coisas. Eu e um grande amigo, quando estávamos na terceira série da Escola Municipal Nice Braga, fizemos um parque infantil todo de palito de sorvete com os brinquedos funcionando através dos “motorzinhos” que tirávamos dos carrinhos. Tinha carrossel, chapéu mexicano, rotor e até roda gigante. Quanta imaginação.

O único projeto que não tivemos sucesso foi o nosso avião. Colocamos motores, pilhas numa estrutura de madeira que cortamos no serrote, mas o peso era grande e nunca ele levantou do chão.

Infelizmente hoje, vejo as crianças imersas em doenças psicológicas. Rostos tão pequeninos e tristes. Sem vida, preocupados e invadidos pelas doenças emocionais. Já quanto a nós, quem sabe a busca pelo sustento, a corrida contra o tempo, a rotina, as notícias de violência tem sido as causas e consequências que nos afetam, deixando de existir a criança que fomos.

Deparo-me acionando lembranças de uma fase mágica, onde o mundo da brincadeira era “coisa séria”. Sério não significava algo chato, mas importante. Hoje como adulto, vejo que transformei a seriedade em situações e posturas que não permitem em sua maioria, divertimentos. No mundo dos “grandes”, ser sério é não sorrir e muito menos brincar com as circunstâncias.

Chego a conclusão que “brincar” ainda hoje pode ser a cura de muitos problemas da atualidade. Hoje as crianças pouco brincam. Recebem os brinquedos prontos. As etapas da imaginação, da busca de soluções, da invenção são suprimidas. Ganham um brinquedo, repleto de luzes e botões que faz tudo sozinho e daqui a pouco, as crianças já não querem mais saber. Não sou psicólogo, mas consigo constatar nos últimos anos crianças ansiosas, com baixa autoestima, inseguras, egoístas, agressivas, tendo tudo ao alcance das mãos.

Somos pressionados pela sociedade a encarar a vida de forma séria, pois gente grande não perde tempo brincando, porém, acredito que o melhor é não deixarmos de ser criança, na simplicidade, sinceridade e principalmente na expressão de amor genuíno.

“E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus”.
Mateus 18:3 – Bíblia Sagrada

José Antônio Costa


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