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“Gripezinha”, isolamento social e política


Por: José Antônio Costa
Data: 27/03/2020
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O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na noite de terça-feira (24), no qual criticou medidas de isolamento para combater o novo coronavírus e chamou a doença Covid-19 de “gripezinha”, mobilizou as redes sociais e levou a uma enxurrada de interações.

Fazendo uma análise do momento talvez o que acontece nos bastidores é o seguinte.

O presidente Bolsonaro sofre pressão do grupo de empresários que apoiaram a sua eleição. A citar: Luciano Hang (Havan), Junior Durski (Madero), João Apolinário (Polishop), Flávio Rocha (Riachuelo) e inúmeros outros.  Tanto é que no domingo publicou uma Medida Provisória (MP) e depois devido a repercussão negativa, revogou alguns artigos. A estagnação da economia faz inviabilizar os negócios. Prova é que o dono do Madero disse que “o Brasil não pode parar por 5 ou 7 mil mortes”. Por isso a pressão na cabeça dele (Bolsonaro) deve ser enorme. Na quinta-feira, (26) foi citado a respeito de uma nova MP que deve permitir a suspensão de salário, mas pagando seguro-desemprego.

Fora isso, existe a vaidade política. No início do mandato um Ministro começou a se destacar e de imediato foi “anulado” dentro do governo. O nome dele é Sergio Moro. Agora, outro nome é do Ministro da Saúde – Luiz Henrique Mandetta, médico militar, no posto de 1º tenente do Exército e ex-deputado federal pelo Mato Grosso do Sul.

Mandetta demonstra competência e tem padrinhos políticos fortes, pois é primo do Nelson Trad (Senador), Fábio Trad (Deputado Federal), Marquinhos Trad (Prefeito de Campo Grande) e do vereador de Campo Grande, Paulo Siufi Neto.

Quando o político se sente ameaçado, o que ele faz? Desqualifica os seus possíveis adversários. Os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente João Doria e Wilson Witzel que na eleição de 2018 foram aliados de Bolsonaro, criticaram e foram criticados. O objetivo é sempre desgastar a imagem política visando o pleito de 2022. 

Já Bolsonaro, ao dizer que é histeria descontrói o que o Ministro da Saúde vinha fazendo e transfere a responsabilidade para os governadores e prefeitos. De certa forma, criou-se um “climão” entre os prefeitos que estão aqui na ponta e terão que lidar na linha de frente com a cobrança dos setores do comércio que pede uma solução quanto a reabertura imediata e o risco iminente do colapso econômico com fechamento de empresas e demissões.

Bolsonaro faz isso, pois tem o povo ao lado dele. Tem muita popularidade e aceitação. A verdade é que o isolamento social é a forma de prevenção mais recomendada para reduzir a circulação viral e manifestações contrárias a essa vão na contramão do que pregam as organizações internacionais de saúde.

Na quarta-feira, (25), O secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto, afirmou que o estado pode contratar até 600 novos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) caso haja uma "explosão de casos" de coronavírus no Paraná. O Ministério da Saúde prevê cerca de 10 mil casos no estado, mas secretaria estadual tem plano de contingência para cenário com até 30 mil pessoas contaminadas.

Percebo que a discussão sobre a pandemia do coronavírus foi contaminada pela polarização política direita e esquerda. Torço por nosso país independente de governo entendendo que a verdade Bíblica aponta que “sobrevirão tempos trabalhosos (difíceis)” – 2 Timóteo 3:1.

Economistas brasileiros afirmam que quem tem o poder para proteger os cidadãos das consequências econômicas dessa pandemia é o próprio presidente Bolsonaro, porque é ele que tem o controle dos recursos da União para amparar quem perder seu sustento. Os economistas afirmam que, numa crise dessas proporções e com tamanha gravidade, preservar vidas é um dever que se sobrepõe a metas fiscais anuais.

O economista e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga defende que pequenas e médias empresas merecem atenção especial. "O que poderia ser feito seria criar uma linha de crédito mais flexível que seria bancada pela sociedade pelo governo, com características mais flexíveis. Essa linha poderia, por exemplo, cobrir uma parte da folha de pagamento da empresa e ela seria paga - uma vez recuperada a atividade econômica - com uma fração por exemplo da receita da empresa", explicou.

Os dias são tensos e de incertezas. Acredito que somente Jesus oferece paz que ‘excede todo entendimento’ (Fp 4:7). “Apesar das tempestades no oceano da existência, podemos ter a garantia de que a paz de Cristo trará a bonança em tempo oportuno”, Pr. Zinaldo A. Santos.

“Um político pensa na próxima eleição; um estadista, na próxima geração”. 

James Freeman Clarke (1810 – 1888), pregador e escritor norte americano

José Antônio Costa


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