Estima-se que para cada catador cooperado, exista outro trabalhando de maneira informal. Atualmente a Cocamare de Nova Esperança recolhe 84 toneladas de resíduos sólidos, materiais que além de serem destinados de forma ambientalmente correta, geram emprego e renda, economia para o município e contribuem para a conscientização sobre as práticas corretas.

(Alex Fernandes França) – “Se nós pararmos de reciclar, primeiro que perderíamos o potencial e teríamos grande perdas, não só na renda mas também em relação a vida do planeta”, disse o Presidente da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis,

A cidade de Nova Esperança vem registrando o aumento na coleta seletiva de lixo, que se acentuou ainda mais por conta da pandemia. Segundo o Presidente da Cocamare – Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis, Miguel Bispo dos Santos, “no ano passado o aumento foi bem notado e isso atraiu a atenção dos informais. A demanda por materiais durante a pandemia fez com que os preços aumentassem o que despertou a atenção destes trabalhadores, que não são vinculados à nossa entidade”, explicou.

A coleta seletiva do lixo é um assunto de grande importância para a sociedade, pois interfere diretamente na preservação do meio ambiente.
Ao desenvolver este tipo de coleta, diminui-se a poluição dos solos e dos rios, gera-se novas rendas e até a nossa economia cresce. Hoje em dia, em muitos lugares do mundo, ainda existem pessoas que não se importam com a grande quantidade de lixo descartado e muito menos com a separação ideal deste material.

            O aumento se deve em parte pela conscientização da população no descarte correto dos resíduos sólidos, fruto das campanhas desenvolvidas pela Cocamare em parceria com a Prefeitura do Município. “O tempo das pessoas em casa serviu também para reflexão acerca do modo de vida, por exemplo, em isolamento, as pessoas consomem mais, averiguam as condições de seus quintais e prestam atenção mais detalhada em tudo, inclusive nos locais que possam acumular água e se transformar em criadouro do mosquito da dengue”, ponderou Bispo.

A Cooperativa possui uma moderna área, construída 1.300 m² com; refeitório, escritório, sala de educação ambiental. Atualmente possui 28 catadores, cujas famílias dependem quase que exclusivamente da renda gerada pelos materiais recolhidos. “Estamos preocupados com o risco que os catadores e as catadoras vêm correndo por causa do descaso ou falta de informação de algumas pessoas que descartam máscaras e outros equipamentos sem o devido cuidado. Recentemente chegou até nós vários kits de exames para Covid, ou seja, descartados irregularmente. Um profundo desrespeito com nosso pessoal e com a sociedade como um todo, uma vez que os riscos de contaminação são grandes e acabam comprometendo toda a sociedade, gerando afastamento de coletores”, frisou o Presidente da Cocamare. 

            Atualmente a Cooperativa recolhe 84 toneladas de resíduos sólidos, materiais que além de serem destinados de forma ambientalmente correta, geram emprego e renda, economia para o município e contribuem para a conscientização sobre as práticas corretas.

            Segundo o Presidente da Cooperativa, “90% de tudo que descartamos podem ser reciclados e apenas 10% não tem como reciclar e é por isso que os catadores e as catadoras não podem parar. Se nós pararmos de reciclar, primeiro que perderíamos o potencial e teríamos grande perdas, não só na renda mas também em relação a vida do planeta. Trabalhamos diferentemente da lógica capitalista, a questão ambiental é o carro chefe dos catadores e das catadoras deste país", finalizou o Presidente da Cocamare, Miguel Bispo dos Santos.