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Meu filho está triste ou deprimido?


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 15/10/2019
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   A depressão infantil ainda é vista como algo inexistente, acreditando assim que criança não tem problema ou preocupação para ficar deprimida.  Muito também se confunde depressão com tristeza, há uma grande diferença entre os dois, enquanto a tristeza é uma emoção comum que dura um curto período, a depressão é uma patologia e um estado afetivo frequente de desânimo e desesperança que causa grande sofrimento e que necessita de tratamento.

      A criança muitas vezes vai demonstrar seu sofrimento por meio de sintomas físicos e comportamentais, é notável que a criança que está em sofrimento tende a se comportar diferente das crianças da mesma idade, isso ocorre pois elas possuem um repertório pobre para falar de seus sentimentos e também por muitas vezes não possuírem um espaço para falar sobre o que sentem, ou quando falam são colocados em posições desagradáveis como a ideia de que criança não tem com que sofrer.

     A depressão infantil deve ser encarada com seriedade pois vai muito além da tristeza e pode surgir por diversos fatores que possam gerar um estresse na criança, como mudanças drásticas na vida da criança como divórcio dos pais, morte de um ente querido, mudanças de cidade ou escola, mau relacionamento familiar, pais depressivos. A convivência frequente com fatores estressantes também pode gerar estados depressivos, por exemplo, crianças que estão o tempo todo vivenciando o sentimento de fracasso.

    Os sintomas depressivos podem mudar conforme a idade. Mas de um modo geral podemos observar nas crianças mudanças como:

- Humor deprimido ou agressivo na maior parte do dia;

- Alteração no sono, crianças começam a dormir muito mal, com pesadelos frequentes e medo de ficarem sozinhas;

- Regressão nos comportamentos, como nos aspectos psicomotor, na linguagem ou no controle dos esfíncteres, como, por exemplo, começar a fazer xixi na cama;

- Tende a ser muito autocrítica, sempre se colocando como inferior;

- Apresenta comportamentos agressivos, fica mais irritada;

- Mudanças de comportamento, como perda de interesse nas atividades que antes gostava;

- Se era agitada e curiosa começa a ficar mais quieta e retraída;

- Diminuição de atenção e concentração,

- Sentimento de culpa;

- Dificuldades alimentares, está se alimentando pouco ou em excesso;

- Queda no rendimento escolar;

- Pode apresentar ideias suicídas;

   O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5, aponta que para o diagnóstico de depressão, é necessário que o indivíduo apresente pelo menos cinco sintomas, sendo que um dos sintomas deve ser o humor deprimido em grande parte do dia ou falta de interesse pelas atividades que antes gostava e deve ainda ocorrer em um período de pelo menos duas semanas.

   O diagnóstico deve ser feito por um profissional da saúde como o psicólogo, a psicoterapia ajuda na identificação dos sintomas e diagnóstico mais exato, devido ao acompanhamento ser semanal e abordar diversos aspectos da vida da criança, evitando assim diagnósticos equivocados como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno de conduta, transtorno desafiador opositivo ou transtorno de ansiedade. Muitas vezes as crianças deprimidas são diagnosticadas de forma equivocada, o que gera mais sofrimento, o psicólogo após a verificação dos sintomas traçará a melhor forma de tratar, fazendo o acompanhamento semanal e encaminhando ao psiquiatra para confirmação diagnóstica e tratamento medicamentoso caso necessário.

   Caso perceba alguns dos sintomas no seu filho não deixe de procurar ajuda, o diagnóstico precoce ajuda muito tratamento.

Luiza Graziela Santos Dias


Anuncie com Jornal Noroeste
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