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A paradoxal natureza humana


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 07/11/2023
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Saudações! Dou início a esta nova troca de ideias, descrevendo um fato comum que ocorreu comigo e me inspirou a conceber o tema para esta nossa reflexão. Uma noite recente, estava buscando algo para assistir na TV, quando me deparei com um canal que estava transmitindo um concerto de música erudita. Apresentando as Quatro Estações de Antônio Vivaldi! Lindo!   Então, fui apanhado pelo seguinte pensamento: “Que paradoxal se apresenta a nossa natureza humana! “Somos capazes de conceber obras de arte e beleza com tanta beleza, como a música de Vivaldi e paradoxalmente, produzimos morte e destruição em massa, fato observado de modo contundente no conflito na faixa de Gaza”.

Desta feita, ao som de violinos e violoncelos, ouvimos a expressão de beleza da vida, ao mesmo tempo que os sons das bombas e mísseis, destruindo vidas, nos levam a escutar o canto macabro da morte. Que condição paradoxal a nossa: produzimos música e instrumentos para tocá-la, promovendo a vitalidade da vida, ao mesmo tempo que construímos armas ceifadoras de vida, disseminando dor e morte. Tal paradoxo, presente em nossa natureza humana, aproxima ideias e situações contraditórias, referentes a forma de sermos humanos. Contradições que nos levam a produzir poesia e simultaneamente a protagonizarmos violências hediondas.

Assim sendo, Amor e Ódio! Morte e Vida! Beleza e Terror! São características opostas e contraditórias que constituem nosso modo de ser humano, pois ao mesmo tempo que compomos vida e luz, a partir das Quatro Estações de Vivaldi, destruímos vidas, causando dor e morte, estabelecendo a escuridão do terror. Mas apesar de tudo, gostaria de encerrar esta troca de ideias dizendo aos que podem me ouvir: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia...da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá” – (Charles Chaplin – O Grande Ditador”)

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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