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Chorume?! Eca!!


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 21/01/2020
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O caminhão de lixo passa em nossas casas e leva o nosso lixo para um aterro sanitário, aterro controlado ou lixão. Sim, ainda existem muitos lixões no Brasil! No artigo anterior expliquei a diferença entre essas três formas de disposição de resíduos, mas, se tem uma coisa que elas têm em comum é que as três poluem, em maior ou menor grau.

Uma das causas dessa poluição é o chorume. Aquele líquido escuro, ácido e malcheiroso que começa a ser gerado ainda antes dos resíduos chegarem ao local de disposição. Muitas vezes o próprio caminhão de coleta de lixo acaba deixando um rastro de chorume pelas ruas, o que não deveria acontecer.

O chorume, ou lixiviado, como preferimos chamar no meio acadêmico, é o produto da degradação dos resíduos juntamente com a sua própria umidade natural e a água da chuva que infiltra sobre eles. Trata-se de um efluente complexo e com características bem variáveis, que estão relacionadas com a composição dos resíduos que o geraram, idade do aterro sanitário, condições climáticas, entre outros fatores.

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Lagoas de tratamento biológico de chorume – aterro sanitário de Paranavaí/PR

 Pode-se dizer que o chorume é composto basicamente por alto teor de matéria orgânica e diversos poluentes inorgânicos, como metais e amônia. Por ser um efluente complexo, normalmente é necessária a aplicação de tecnologias avançadas de tratamento para atender aos parâmetros de lançamento em corpos hídricos exigidos pela legislação. Entretanto, pelo custo de implantação e operação dessas tecnologias, a maioria dos aterros sanitários no Brasil utiliza apenas processos convencionais de tratamento – esse é um dos motivos pelos quais os aterros sanitários também poluem.

Pesquisadores ao redor do mundo ainda estão em busca de soluções mais viáveis para o tratamento do chorume - eu inclusive já participei de uma dessas pesquisas. No Brasil, onde a maioria das regiões possui clima quente e úmido e a maior parte dos resíduos dispostos em aterros é de origem orgânica, um grande volume de chorume é gerado. Além disso, ao longo dos anos há uma diminuição da matéria orgânica biodegradável presente no chorume, de forma que os processos de tratamento convencionais tornam-se cada vez menos eficientes.

É...já passou da hora de questionarmos essa prática de aterrar tantos resíduos não é mesmo?!

Referência:

COSTA, A. M.; ALFAIA, R. G. S. M.; CAMPOS, J. C. Landfill leachate treatment in Brazil – an overview. Journal of Environmental Management, v. 232, p. 110-116, 2019.

 *Jaqueline Pirão Zotesso é Doutora em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pesquisadora da área ambiental. Atualmente cursando Especialização em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Instituto Federal do Paraná (IFPR).


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