A obra é considerada um clássico moderno e é uma consideração totalmente merecida. Escrita pelo jornalista Eric Arthur Blair (George Orwell é o seu pseudônimo) e publicada no ano de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, ‘’ A Revolução dos bichos’’ tem uma forte crítica política e propiciou diversos efeitos na sociedade mundial na época em que foi propalada. 

A história instigante e de fácil leitura se passa em uma fazenda na Inglaterra, denominada “Granja do Solar’’. Os personagens, por ser uma fábula, são variados animais que conduzidos pelos ideais dos porcos, optam por uma revolução contra os seres humanos, que na narrativa são considerados inimigos. Os motivos para a rebelião são baseados na insatisfação pela exploração por parte dos humanos e na intensa busca pela liberdade. 

 ‘’ [...] a resposta a todos os nossos problemas. Resume-se em uma só palavra – Homem. O homem é o nosso verdadeiro e único inimigo. Retire-se da cena o Homem, e a causa principal da fome e da sobrecarga de trabalho desaparecerá para sempre’’ (ORWELL, 2007, p.12). 

Com a revolução promovida pelos animais, os humanos são expulsos da fazenda que tem seu nome alterado para a ‘’ Granja dos Bichos’’ e na nova sociedade, os porcos, por serem os animais com maior conhecimento, passam a desempenhar a função de liderança, buscam ser totalmente diferentes dos humanos e estipulam sete mandamentos. O sétimo mandamento, por sua vez, define que ‘’ Todos os animais são iguais’’. 

Com a promessa de igualdade e liberdade e sem a oposição dos demais animais, o poder dos porcos cresce no decorrer do tempo, até que a conjuntura muda e um sistema tirano e extremamente desigual se instala. O resultado? Uma série de consequências trágicas. O mandamento sétimo, a saber, acaba sendo transformado em: ‘’ Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que outros’’. 

Assim, os bichos buscando a liberdade tornam-se reféns de uma profunda servidão e os porcos ao passo que condenam intensamente a postura humana, por meio da detenção do poder, agem como os próprios homens – quiçá pior. Orwell, falecido em 1950 não sabe, mas a sua obra permanece mais atual e necessária do que nunca.