Escritora e jornalista carioca e de origem alemã e portuguesa, Luize Valente é a responsável pelo trabalho indizível hoje aqui apresentado. Digo indizível pelo fato de falhar na atribuição dos adjetivos que a obra merece. Aqueles que se dispuserem a ler, entenderão o motivo. 

O livro retrata o entrelaço da história de uma família, que é surpreendida pelos reflexos de um passado difícil e escuso, marcado pelo regime nazista. De maneira direta, manifesto que a obra decorre por tempos e personagens e tem como pano de fundo o nascimento de um bebê em Auschwitz, um complexo dos campos de concentração durante o período histórico que promoveu extermínio em massa, o holocausto. 

Adele estava grávida quando foi enviada para o campo de concentração junto de sua família e passou por situações assombrosas até o fim da guerra, ela só não contava que em meio ao caos, um oficial alemão a ajudaria, colocando a sua própria vida em risco com o intuito de retirar Haya, a recém-nascida, daquele ambiente atroz. Um dos homens de Hitler não só salvou uma vida como produziu uma composição instrumental para Haya, daí o nome do livro. 

“Sonata em Auschwitz’’ é uma obra forte ao ponto de causar assombro, desconforto e surpresa. Mais do que isso, promove uma reflexão necessária sobre o holocausto, o regime nazista e, inclusive, sobre as colocações postas e os diálogos contidos no exemplar, o que inclui o contraste entre a bondade e a malignidade humanas. Por meio de uma intrigante controvérsia, é possível compreender o quão bom e perverso o ser humano pode ser sob o mesmo âmbito. 

Mas o que o livro tem de melhor são os detalhes relativos aos acontecimentos brutais daquela época. A descrição de toda a humilhação e de todo o sofrimento passados, prendem e provocam o leitor. Por isso, um conselho: para o seu próprio bem, leia ‘’Sonata em Auschwitz’’!!! 

Abaixo, alguns trechos da obra:

‘’Às vezes, somos apenas o meio para dar luz a seres com os quais não temos a menor afinidade’’.