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Tabagismo e a pandemia do novo coronavírus


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 07/07/2020
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O tabagismo é a principal causa evitável de doença e morte não só nos Estados Unidos da América como também no Brasil. Fazendo uma breve retrospectiva, nos Estados Unidos em 1900 mais ou menos 3.200 gramas de tabaco eram consumidos por adulto em um ano. Destes, a maioria era consumida por mastigação ou inalação; cada indivíduo consumia menos de 500 gramas sob a forma de cigarros ou cigarrilhas. Em 1918, o consumo do cigarro tinha disparado em relação às outras formas de utilização, e a epidemia havia começado. O consumo aumentou sensivelmente na década de 50 e atingiu o pico em 63. Em 1990, o consumo foi avaliado em 2.800 cigarros por adulto.

A perspectiva de mortalidade atual pelo uso do cigarro em países desenvolvidos e em  em desenvolvimento é de 6 milhões. Para o ano de 2030, a perspectiva de mortalidade é de 3 milhões em países desenvolvidos e de 7 milhões em países em desenvolvimento, isto significa 10 milhões de mortes ligadas ao uso do tabaco no ano de 2030. Também segundo a OMS, o tabaco mata mais que a soma de mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídio e acidentes de trânsito.

Mesmo sendo o tabagismo uma prática antiga no mundo, só após os anos 80, a nicotina foi incluída como droga que causa dependência psicoativa entre os critérios diagnósticos de doenças . Segundo a OMS existe hoje 1,3 bilhão de fumantes no planeta, sendo que nos últimos 10 anos, estimou-se que 100 milhões de pessoas foram a óbito por causa do cigarro.

Em 2005 o Congresso Nacional aprovou a Convenção Quadro de Controle do Tabaco, tratado mundial de saúde pública para controle do tabagismo que ainda é considerado uma pandemia e todos os seus agravos.

 Entre 1989 e 2018 a prevalência diminuiu de 35% para 9,3% o que contribuiu enormemente para reduzir doenças cardíacas, pulmonares e câncer de pulmão. Mesmo assim, ainda são gastos na saúde em torno de 7 bilhões por ano para cuidar de doenças do coração, pulmonares e os vários tipos de câncer.

Apesar de o Brasil ter avançado enormemente na redução e no controle do tabagismo através de leis nacionais de fumo em ambiente fechado, e ter o tratamento já disponibilizado na atenção básica, ainda temos uma grande população de fumantes no país e o risco de novos fumantes principalmente os jovens que iniciam no cigarro através de experimentação de narguilé, entre outras formas de utilização do tabaco.

Com a nova pandemia do Covid-19 sabe-se que o tabagismo é um dos principais fatores de risco não somente para contrair a doença, pois o tabagismo ajuda na diminuição da imunidade, mas também na piora da sintomatologia pulmonar e agravamento do paciente.

Devemos lembrar que o ato de fumar leva as mãos do fumante ao contato com o rosto e lábios de um cigarro que pode estar contaminado. Ainda o uso do narguilé que por vezes é passado de boca em boca, facilita muito o poder de propagação do vírus, assim como a liberação de aerossóis que pode contaminar os fumantes passivos.

Estudos mostram que os pacientes de pneumonia com Covid-19 e sua progressão para formas mais graves e morte foram 14 vezes maiores entre fumantes do que para não fumantes. Uma explicação para isso é que muitos tabagistas já tem desenvolvida a doença pulmonar obstrutiva crônica, onde existe uma enzima que facilita a contaminação pelo vírus das células pulmonares. Isto também é possível ocorrer aos usuários de cigarros eletrônicos e tabaco aquecido.

Fumantes que já apresentam doenças pulmonares e capacidade respiratória reduzidas e doenças cardíacas são mais susceptíveis a ocorrência da Covid-19.

Desta forma, se faz cada vez mais importante o tratamento para cessação do tabagismo não somente porque trata-se de um importante fator de risco para doenças cronicas, mas por ser  agora fator de risco e complicador para Covid-19.

Benefícios na interrupção do tabagismo são:

Após 20 minutos: a pressão arterial, a frequência cardíaca assim como a temperatura das mãos e pés tendem a voltar ao normal.

Após 8 horas:  o nível de monóxido de carbono no sangue ao normaliza. O nível de oxigenação no sangue aumenta.

Após 24 horas: diminui o risco de um ataque cardíaco

Após 48 horas: as terminações nervosas começam a regenerar-se. O olfato e o paladar melhoram.

Após 72 horas: A árvore brônquica torna a respiração mais fácil e a capacidade pulmonar aumenta em até 30%.

Após 2 semanas: a circulação sanguínea aumenta e o caminhar torna-se mais fácil.

De 1 a 9 meses: diminuição da tosse, da congestão nasal, da fadiga e da dispneia. O movimento ciliar dos brônquios volta ao normal, limpando os pulmões e reduzindo os riscos de infecções respiratórias. Aumento da capacidade física e da energia corporal.


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