Por Mayume Caires Moreira* 

Atualmente a sociedade movida pela informação passa por um momento desafiador, ao ser direcionada pelo anseio de saber/conhecer, a geração da era da comunicação exige ser informada no exato momento em que os fatos ocorrem, constituindo uma população imediatista. Ocorre que, em tempos como o atual, em que se vivencia uma pandemia mundial, o sentimento de insegurança e medo do desconhecido, aflora o interesse por informação e com isso a sociedade tem enfrentado um desafio durante esse processo, qual seja: as fake news.

É percebível que, engajada em procurar uma resposta, capaz de devolver o antigo “normal” vivenciado no início de 2020, a população consome e compartilha todo o tipo de informação, sendo estas, em alguns casos absurdas. Deste modo, é possível notar que o cenário apresentado, constitui a tela perfeita para aqueles que lucram com a veiculação de notícias falsas, devido ao aumento na procura sobre o tema, afinal, é importante ressaltar que a informação tornou-se a moeda de troca mais valiosa do mercado. 

Concernente a expressão fake news, faz-se necessário explanar o seu significado. O termo é utilizado para nomear notícias estrategicamente falsas, com propósitos previamente definidos, sendo estes: falsear, enganar, e deturpar a realidade. O autor Gelfert (2018, p.108) fala sobre o assunto e destaca que as “fake news são a apresentação deliberada de (tipicamente) afirmações falsas ou enganosas como notícias, onde as afirmações são falsas por projeto (ou esquema, ou planejamento)”* (tradução nossa). Ou seja, são notícias inverídicas em seu todo ou parcialmente. Explica-se: será falsa a notícia em seu todo, quando tanto a notícia, quanto a informação são falseadas. Já, será parcial, quando a notícia for verdadeira, porém a informação publicada a respeito desta for falsa.   

É importante destacar dois pontos. Primeiro, não é possível viver sem informação, pois é através dos meios de comunicação que enxergamos a sociedade e segundo, restou demonstrado a necessidade de políticas públicas de conscientização contra as fake news, assim como de orientação aos receptores, pois direitos individuais são violados por notícias inverídicas. 

   Assim, é importante destacar as orientações exaradas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a identificação de notícias falsas, são essas: analise, pesquise, confirme e denuncie. Primeiramente, analisar a informação, constitui o olhar direcionado a identificar aspectos que comprovem a falsidade ou a veracidade da informação, a título de exemplo: erros ortográficos, mensagens sensacionalistas e dados sem indicação de fontes, são características de notícias falsas.  Pesquisar, consiste em procurar o site que publicou a informação, objetivando identificar os autores, assim como buscar outras fontes informativas. É importante, também, confirmar a fonte da informação, ou seja, se derivou de um jornal ou revista, haja vista que se a fonte é confiável, a probabilidade de a notícia ser verdadeira é maior. E por último e muito importante, denunciar, através das redes sociais ou canais de denúncias, para que as agências fiscalizadoras, possam checar o conteúdo propagado e punir os responsáveis. 

 Sendo assim, filtrar e ajudar a combater as fake news, são atitudes que beneficiam a sociedade como um todo, pois conhecer é essencial, todavia “só é útil o conhecimento que nos torna melhor” - Sócrates. 

* “fake News is the deliberate presentation of (typically) false or misleading claims as News, where claims are misleading by design”. 

FONTES: 

PAINEL DE CHECAGEM DE FAKE NEWS. Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/painel-de-checagem-de-fake-news/guia-pratico/. Acessado em: 06 de agosto de 2020. 

GELFERT. Axel. Fake News: A definition. Informal Logic, vol.38, n. 2018. (doi: 10.22329/il.v38i.5068).