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Suicídio, uma realidade na infância e adolescência


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 15/09/2020
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Setembro é o mês dedicado a valorização da vida e a prevenção do suicídio. O suicídio entre crianças e adolescentes muitas vezes é visto como um tabu ou algo que não deve ser discutido, pois o número de mortes por atos suicidas tem aumentado cada vez mais, sendo assim, considerada a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, segundo a OMS – Organização mundial de saúde. Ainda de acordo com a OMS, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. 

Mesmo sendo um assunto complexo, deve ser discutido, pois os jovens precisam aprender, desde cedo, a lidar com as questões humanas, as emoções e também frustrações. 

O suicídio está ligado a um intenso sofrimento psíquico, percebido como insuportável pelo sujeito. Nesse momento não nos cabe julgar, mas entender que está doendo tanto que a morte acaba sendo vista como a única saída. Importante destacar que o ato suicida não necessariamente está ligado ao desejo de morrer, mas sim ao desejo de fazer com que a dor e o sofrimento acabem. 

É importante que os pais observem os comportamentos dos filhos, pois não existe uma única causa para o suicídio, pois ele é multifatorial, ou seja, é a junção de diversas vivências que se acumulam e resultam em um sofrimento intenso. Muitas vezes o jovem dá sinais de que algo não está bem, como:

- Apatia, falta de interesse nas atividades que antes gostava;

- Quedas no rendimento escolar sem motivo aparente, não quer ir à escola;

- Mudanças na alimentação, está comendo pouco ou demais;

- Apresenta dores físicas com frequência, como dor de barriga ou de cabeça;

- Apresenta dificuldades em dormir;

- Utiliza com frequência falas como: “eu sou um peso na vida das pessoas”, “ninguém gosta de mim”, “ não sirvo para nada”, “quero dormir e não acordar mais”, etc;

- Irritabilidade ou agressividade; - Demostra não ter esperança no futuro; - Isolamento social; - Automutilação.

Esses comportamentos ou sintomas podem indicar que a criança ou adolescentes está passando por alguma situação que gera sofrimento como:

- Perda de um ente querido; - Bullying e cyberbullying;  - Dificuldades nas relações sociais; - Pressão familiar, ambiente de muita cobrança; - Abusos sexuais e emocionais; - Violência sexual ou física; - Abandono;

É importante destacar que nem tudo é doença mental, a tristeza é uma emoção normal do ser humano e todos já sentimos alguma vez na vida, por isso, devemos avaliar quanto tempo dura essa tristeza e esses sintomas, passando de duas semanas de permanência dos sintomas podemos considerar que não é somente uma tristeza passageira e que algo pode estar acontecendo. 

Para entender um pouco mais sobre o suicídio precisamos quebrar alguns mitos como:

MITO: Apenas pessoas com transtornos mentais têm comportamento suicida. 

VERDADE: Muitas pessoas que mesmo vivendo com um transtorno mental não apresentam comportamento suicida. E nem todas as pessoas que o cometem têm transtorno mental. 

MITO: Quem planeja suicídio quer acabar com a vida. 

VERDADE: A pessoa muitas vezes não deseja a morte, mas uma saída para seu sofrimento. 

MITO: Quem quer se suicidar não fica falando, só faz. 

VERDADE: Pessoas que falam sobre suicídio estão procurando ajuda ou suporte. 

MITO: A maioria dos suicídios ocorre sem nenhum sinal. 

VERDADE: Antes de se suicidar a pessoa dá sinais de alerta verbais ou comportamentais.

MITO: Só adultos tentam suicídio 

VERDADE: O número de crianças e adolescente vem crescendo a cada ano.

“Menino de 9 anos comete suicídio após contar a colegas de escola que era gay” – EXTRA, GLOBO.

“Criança de 12 anos comete suicídio em MS”- MS NOTÍCIAS 

“Criança de 12 anos comete suicídio em Guarantã do Norte”- O TERRITÓRIO

“Criança de apenas 10 anos comete suicídio em Vila Palmares”- JARUNOTICIAS

“Criança de 11 anos comete suicídio em Jequiá da Praia, Alagoas.” – CADA MINUTO

“Se matou aos 14 anos, depois de menina de 12 cometer suicídio” - CAMPO GRANDE NEWS

Todas as ameaças de suicídio devem ser encaradas com seriedade, mesmo quando possam parecer falsas ou manipulativas. Quando os pais percebem essas mudanças de comportamento é muito importante que busquem ajuda profissional de um psicólogo, que irá ajudar o jovem a elaborar esse sofrimento e dar novo significado à vida, e um psiquiatra que ajudará no tratamento medicamentoso. 

Luiza Graziela Santos Dias


Anuncie com Jornal Noroeste
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