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Sétima Arte - Rei Leão


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 19/07/2019
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Como já era de se esperar, o Rei Leão – o filme mais esperado da onda de remakes de clássicos animados da Disney -, chegou fazendo um barulho imenso ao cinema e dividindo crítica e fãs até mesmo antes da estreia. Sobre o mais aguardado blockbuster da Disney, a Coluna Sétima Arte informa você essa semana.

Quando a Disney iniciou sua incansável sequência de remakes em live-action das animações clássicas, muita gente achou que esses remakes iriam se limitar às histórias mais tradicionais em que os humanos são os protagonistas. A surpresa foi generalizada quando Jon Favreau entregou ao mundo um inacreditavelmente realista Mogli – O Menino Lobo. Isso porque mesmo tendo um protagonista humano, quem roubava a cena eram os animais que ajudam a compor a história. O filme foi um sucesso de público e crítica e, é lógico, abriu espaço para que a Disney sonhasse em levar seu maior sucesso às telas em versão realista, O Rei Leão.

Três anos após Mogli, o tão esperado O Rei Leão chegou aos cinemas e após quebrar a internet com o trailer mais visto em 24h de todos os tempo, ele passou a dividir as opiniões. Primeiro a dos críticos, pois alguns teceram inúmeros elogios e outros reclamaram da pouca expressividade dos personagens (não sei se esse tipo de crítica deve ser levada a sério, são leões, hienas, suricatos e javalis, considerando isso, eles não deveriam ser expressivos como os humanos). Depois, foi a vez do público se dividir; após ver a sequência da música Hakuna Matata muitos passaram a partilhar dessa mesma visão, obviamente influenciados pela crítica, e passaram a divulgar isso na internet.

Diante disso, gostaria de avisar de antemão que vou procurar ser bastante imparcial ao longo do texto, mas como bom fã que sou de O Rei Leão, encontro mais acertos do que erros na obra dirigida por Jon Favreau. Vamos começar falando sobre o ponto principal da polêmica, o super-realismo. A meu ver, esse deveria ser o trunfo do filme e não o seu maior defeito. O chamado fotorrealismo surpreende pela qualidade, você realmente acredita que está assistindo um documentário e não um longa de inspiração shakespeariana para crianças. 

Dessa forma, a imprensa tem procurado acertadamente não classificar o filme como um live-action, já que os atores se limitam a emprestar as vozes aos personagens e não a os interpretarem diretamente. Tudo é feito digitalmente e o cuidado é o máximo possível, por isso, os leões e as hienas podem não ser os mais expressivos, mas é impossível generalizar, pois Timão e Pumba, da mesma forma que no clássico de 1994, roubam a cena em todos os sentidos. Seus personagens não apenas lembram feições humanas, como as incorporam ao longo da trama de forma muito convincente.

Esse sucesso, em parte, deve ser creditado aos atores, que incorporaram plenamente seus personagens ao emprestar a voz. Billy Eichner e Seth Rogen realmente foram as melhores escolhas para esses papeis. Pena que por aqui, a maioria das versões serão dublados, salvo raras exceções, então vai ser difícil ouvir, as aclamadas vozes de James Earl Jones, Donald Glover, Chiwetel Ejiofor e Beyoncé em todo o seu esplendor.

Sobre a questão técnica, se Favreau oferece um dos seu melhores trabalhos na direção, o mesmo não se pode dizer a respeito do roteirista Jeff Nathanson (sempre o roteiro sendo o calcanhar de Aquiles), mas sobre isso nem é possível culpa-lo completamente, já que ele constrói o roteiro segundo a lógica. Digo isso porque se Dumbo foi malhado por readaptar a história construindo novas cenas que atualizavam a trama, isso não seria concebível em O Rei Leão, por isso, o roteiro segue à risca a trama original de 1994 e como sabemos o filme de 1994 era um desenho, tendo basicamente um roteiro demasiado simplista.

Sobre o trabalho de fotografia, o responsável foi Caleb Deschanel, o mesmo que encantou o mundo com a incrível e realista fotografia do filme A Paixão de Cristo, então você já sabe o que esperar sobre esse quesito, ele vai ser de encher os olhos. A música ficou mais uma vez por conta do mestre Hans Zimmer e contou com a produção musical de ninguém menos que o próprio Pharrell Williams, por isso, é quase impossível encontrar defeitos nesse aspecto também.

Diante disso, acredito que convém relembrá-lo sobre a trama, que já é de conhecimento comum para praticamente todo mundo. Simba é um jovem leão cujo destino é se tornar o rei da selva. Entretanto, uma armadilha elaborada por seu tio Scar faz com que Mufasa, o atual rei, morra ao tentar salvar o filhote. Consumido pela culpa, Simba deixa o reino rumo a um local distante, onde encontra amigos que o ensinam a mais uma vez ter prazer pela vida.

A trágica história da família real dos leões, claramente inspirada em Hamlet, foi mais do que um filme de sucesso nos anos 1990. Agora, ao retornar ao cinema, a despeito de críticas negativas ou positivas, traz de volta toda essa memória afetiva e aposta especificamente na nostalgia para arrastar multidões ao redor do mundo. Por isso, independente de ser um filme super-realista inexpressivo, ou uma obra prima, ele deve ser assistido, principalmente por aqueles que são fãs dessa história. Além disso, essa é uma ótima oportunidade para que os mais jovens, que não conviveram com o clássico, conheçam todo o encanto que existe por trás da história de O Rei Leão. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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