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Sétima Arte - Rambo: Até o Fim


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 20/09/2019
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A estreia dessa semana irá agradar bastante aos saudosistas de plantão. Chegou ontem aos cinemas a saga final da franquia Rambo. Sylvester Stallone volta à tela grande com um de seus personagens mais icônicos e entrega ao público um filme visceral e violento, mas ao mesmo tempo recheado de drama. Se você gosta de filmes de ação, fique atento a Rambo: Até o Fim na Coluna Sétima Arte dessa semana.

Em 2008 John Rambo foi praticamente ressuscitado para o filme Rambo IV, pois o filme anterior, Rambo III, havia sido lançado em 1988 e todos tinham dúvidas se a fórmula “brucutu musculoso e quase imortal”, difundida ao longo dos três filmes dos anos 1980, funcionaria tanto tempo depois. Muita gente achou que aquele filme era a busca por um encerramento digno a franquia e que Stallone estava dando adeus ao papel.

Rambo IV não foi lá um grande filme e era bem “mais do mesmo”. Por causa do baixo orçamento o que atraia o público era apenas a violência, já que a trama era bastante genérica. Diante disso, críticos e fãs sentiram-se frustrados, pois todos esperavam um desfecho melhor. É por isso, que existe tanta expectativa em torno de Rambo: Até o Fim, essa é a chance de encerrar de maneira digna a história desse personagem que faz parte da história do cinema e da memória afetiva de muita gente, pois todos os que cresceram entre os anos 1980 e 1990 viram algum dos filmes do Rambo pelo menos uma vez na TV.

Em Rambo: Até o Fim, a trama foi escrita pelo próprio Sylvester Stallone e dirigida por Adrian Grumberg, que após anos sendo assistente de direção mostrou que é muito competente em dirigir uma história tão carregada de peso quanto essa. O roteiro é sólido, ele não inventa nada e tem por base uma história parecida com tantas outras de filmes de ação. Eu diria que um dos maiores problemas do roteiro é não fechar os arcos apresentados, mas para um filme de ação, isso nunca será problema. 

A direção é competente e apresenta um ritmo acelerado recheado de cenas de ação muito bem construídas e coreografadas (muito diferente do que aconteceu em Rambo IV). Como já dito, ele não traz grandes novidades e o que empolga o expectador para manter-se atento ao filme até o fim é ódio que o antagonista desperta e o fascínio que o veterano de guerra convertido em herói impõe a trama.

A carga dramática de Rambo: Até o fim, fica por conta das personagens femininas, mas encontra-se presente constantemente também no protagonista, que apresenta o peso da idade e que revela em doses homeopáticas como a violência e a crueza da vida insistem em não deixa-lo em paz. Nesse sentido, Stallone dá um show de interpretação mostrando-se completamente à vontade nesse tipo de personagem ao qual ele sempre foi uma das referências.

Sob o aspecto social, mesmo estando num outro momento histórico esse filme tende a seguir os caminhos politicamente incorretos trilhados por seus antecessores. Digo isso, porque poucos filmes ao longa da história, em Hollywood, foram tão descaradamente nacionalistas. Desde o início a franquia Rambo foi uma forma de exaltação ao belicismo americano, apresentando visões muitas vezes controversas, como a exaltação do exército estadunidense ou a construção de certos povos como inimigos natos. Infelizmente esse viés se repete nesse filme e dessa vez mira direto num dos grandes inimigos do atual governo estadunidense, seus vizinhos mexicanos. De forma estereotipada praticamente todos os mexicanos são apresentados como maus e os bons são aqueles que foram, de certa forma, americanizados. Isso é uma crítica do ponto de vista social, que logicamente não interessa nem um pouco a quem está afim apenas de um bom filme de ação, mas que de qualquer forma eu não poderia deixar passar em branco. Vamos à trama!

O tempo passou para Rambo, agora ele vive recluso e trabalha em um rancho que fica na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Sua vida antiga marcada por lutas violentas, mas quase sempre vitoriosas, ficou no passado. No entanto, quando a filha de um amigo é sequestrada, Rambo não consegue controlar seu ímpeto por justiça e resolve enfrentar um dos mais perigosos cartéis do México.

Por que ver esse filme? Porque ele é um final digno a uma franquia histórica, além disso, ele difere de seus antecessores em narrativa e qualidade. Tem um trabalho de fotografia muito bem feito, um ritmo contagiante e uma trama sólida, cheia de ódio, violência e vingança. É o filme perfeito para os fãs de ação. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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