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Sétima Arte: Nós


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 22/03/2019
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Há pouco tempo o diretor Jordan Peele surpreendeu o mundo com seu enigmático Corra e faturou um Oscar de Melhor Roteiro Original por esse filme. Com isso ele se tornou um dos grandes nomes do entretenimento, valorizando ainda mais sua forma ácida de contar histórias que mesclam o horror, absurdo e crítica social. Essa semana seu mais novo e esperado filme chegou aos cinemas. Por isso, você fica por dentro de tudo sobre Nós na Coluna Sétima Arte.

Não há dúvidas de que Peele se tornou uma celebridade em ascensão nos últimos anos. Sua obra tem sido cultuada pelos críticos e pelo público como extremamente original e relevante. Isso rendeu a ele a oportunidade de ser o mais novo responsável por trazer novamente para a luz a cultuada série Além da Imaginação (The Twilight Zone) que conta histórias de ficção científica, fantasia e terror de forma surpreendente, algo que ele já mostrou que sabe fazer muito bem com seu premiado Corra.

Ao estrear Nós no cinema, Jordan Peele comprova sua maestria no gênero e cria expectativas ainda maiores para seu Além da Imaginação, pois seu novo filme é um dos mais interessantes desse início de 2019. Quem gostou de Corra vai se deleitar com Nós, pois ele revisita muito do que já havia apresentado em seu filme anterior, mas na mesma intensidade ele renova em novidades a ponto de deixar o expectador preso à história do começo ao fim.

Além disso, Nós não é simplesmente um filme de terror, é um filme de terror com conteúdo, pois aborda diretamente questões sobre segregação, racismo e privilégios e ainda consegue nos fazer refletir sobre nossos próprios demônios interiores, já que é muito mais fácil perceber e apontar os defeitos dos outros do que aqueles que trazemos em nós mesmos. Uma sacada inteligente, relevante e muito bem contextualizada.

Jordan Peele, além de dirigir seu filme de forma majestosa, também escreveu seu roteiro e colaborou na produção, transformando Nós em mais um projeto particular. Sobre o roteiro vale a pena ressaltar que ele não está isento de falhas, mas que nenhuma delas compromete o todo da obra. É possível perceber uma diminuição de ritmo entre o segundo e terceiro ato do filme, mas como eles vem repletos de explicações e reviravoltas isso não irá atrapalhar a sua diversão no cinema.

O elenco do filme dá uma aula de excelência na atuação, principalmente a premiada Lupita Nyong’o, que convence tanto pela fragilidade, quanto pela insanidade, mas também pela sua capacidade de apresentar uma crescente superação e domínio da situação. Isso sim é uma personagem que vive o empoderamento feminino. Além dela também compõem o elenco Winston Duke, que estava em Pantera Negra junto com Nyong’o e a incrível Elisabeth Moss, uma das mais brilhantes atrizes da TV, atualmente presente no fenômeno mundial O Conto da Aia (The Handmaid´s Tale) e premiada ano passado com um Globo de Ouro por essa série.

Vamos à trama! Adelaide (Lupita Nyong’o) e Gabe (Winston Duke) decidem levar a família para passar um fim de semana na praia e descansar em uma casa de veraneio. Eles viajam com os filhos e começam a aproveitar o ensolarado local, mas a chegada de um grupo misterioso muda tudo e a família se torna refém de seus próprios duplos. Falar mais que isso é estragar a sua diversão

Por que ver esse filme? Porque ele é divertido, intrigante, mas também porque ele desperta pavor, medo e tensão na mesma medida. Além disso, ele traz de forma bastante crua os problemas sociais da atualidade, sem medo de construir metáforas realistas e brutais do mundo em que estamos inseridos. Um filme inteligente e acessível a todos os públicos. Boa sessão.

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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