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Sétima Arte - Capitã Marvel


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 08/03/2019
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A Marvel lançou ontem seu tão esperado filme de estreia da Capitã Marvel, além de ser o primeiro grande filme estrelado exclusivamente por uma heroína desse estúdio, esse também é a grande esperança para o fim do terrível Thanos. Algumas considerações importantes sobre Capitã Marvel antes de ir ao cinema você encontra aqui, na Coluna Sétima Arte.

Filmes que narram a origem de um herói às vezes pecam no ritmo e no didatismo, mas a Marvel vem mostrando que isso não é uma regra. Dessa forma, seus estúdios fizeram história por meio do filme de estreia do atualmente queridinho Pantera Negra. Em tempos distantes (isso foi lá em 2011), ela também fez um filme incrível de origem para Capitão América, mais tarde surpreendeu e inovou com Guardiões da Galáxia e divertiu e encantou muita gente em Homem-Formiga. Logo, a expectativa em torno da personagem de Carol Denvers é gigantesca e, evidentemente, a Marvel já não tem muito mais por onde inovar em seus prólogos de heróis, o que torna o longa ainda mais interessante.

Sobre isso, aviso logo de antemão que o filme não é inovador e que não levanta causas ou bandeiras. Um desapontamento para a grande multidão de fãs de plantão que esperavam um filme “girl power”. Nesse sentido, pode-se dizer que foi um grande desperdício! O filme até apresenta algumas criticas veladas ao machismo como características de época ou insinua uma relação mais próxima (talvez algo LGBT, não sei) entre Carol e Maria, mas tudo fica na especulação e na interpretação particular do público. Ou seja, direção e roteiristas optaram por seguir a fórmula básica e de sucesso dos filmes já consagrados da franquia, sem ousar, como fizeram em Pantera Negra.

Não é um pecado, o filme não é ruim, mas que deixa o gosto amargo de que poderia ser melhor, ah isso vai deixar! Culpa da própria Marvel que, em Pantera Negra, construiu uma trama consistente repleta de situações que levavam a uma reflexão sobre a temática racial e cultural. Seguindo essa premissa, nesse filme caberia claramente uma visão mais crítica e expansiva sobre o feminismo e sua importância na sociedade reacionária atual, mas fica para a próxima! Quem sabe, talvez, em Guerra Infinita: Ultimato ou no filme solo da Viúva Negra?

Mesmo diante disso tudo é preciso reconhecer, o filme atende bem a necessidade de apresentar a personagem central, sem didatismo barato e enfadonho e com um ritmo crescente que ajuda no desenvolvimento da trama. A Marvel tem dado indícios de que está amadurecendo e um bom exemplo disso tem sido seus filmes solos, com exceção de Homem-Formiga, que já tinha a comédia em sua essência e Thor – Ragnarok que escolheu trilhar esse caminho, o que tem se visto é uma busca por uma dinâmica mais séria e que dê mais peso à sua obra. Foi isso que fez com que os críticos gostassem tanto de Pantera Negra e o levassem ao Oscar e foi isso que tornou Guerra Infinita um filme a ser lembrado. Aqui, em Capitã Marvel, a comédia também foi suprimida e aparece de forma muito discreta e raras vezes protagonizada por um gato (Goose) ou por um jovem Nick Fury. A meu ver isso é muito bom e permite assistir a esse longa com outros olhos. Afinal, ninguém aguenta mais o tom debochado das piadas egocêntricas de Tony Stark.

Falando em Nick Fury, ele está excelente e encabeça um grupo de atores coadjuvantes que enriquecem a trama. Samuel L. Jackson passou pelo mesmo processo de rejuvenescimento que vimos em Michael Douglas e Michele Pfeiffer em Homem-Formiga e a Vespa e isso só melhorou a sua já excelente performance. Jackson tem uma química quase que natural com a protagonista interpretada pela ganhadora do Oscar, Brie Larson, mas Lashanna Lynch e Anette Bening também estão excelentes. Ben Mendelsohn também surpreendeu ao encarnar mais um vilão, ele poderia facilmente ter apresentado mais do mesmo (o cara tem uma coleção de vilões em sua carreira), mas Talos é sem dúvida um antagonista a altura da protagonista, o mesmo não se pode dizer de seus seguidores Skrulls, infelizmente muito mal aproveitados.

A direção ficou por conta de Anna Boden e Ryan Fleck, conhecidos do cenário indie (ou seja, independente) e não se engane, essa experiência será levada ao filme que tem um aspecto muito parecido com o dos filmes indie da época em que a trama está ambientada, os anos 1990 (como essa década voltou para a moda repentinamente e ninguém me avisou? É novela, é música, é filme! Tá em tudo!). O roteiro é assinado pelos diretores e por Geneva Robert-Dworet, tem bom ritmo e refaz a história de origem da heroína de forma bem diferente da mostrada nas Histórias em Quadrinhos, mas muito plausível para nosso tempo o que é algo bastante positivo.

Agora, se tem algo que poderia ser melhor são as cenas de luta e as cenas em CG (Computação Gráfica), isso faz de Capitã Marvel o filme mais fraco do Universo Cinematográfico da Marvel, infelizmente. Acredito que a ampla experiência dos diretores em trabalhar com filmes de baixo orçamento pesaram na hora de economizar as já comuns voluptuosas cifras para  a construção de lutas bem coreografadas em planos amplos (algo que você não vai ver nesse filme). Outro aspecto que incomoda bastante é ver um CG que é praticamente dos anos 1990 (parece que estou sendo repetitivo, pois havia escrito isso na coluna da semana passada – risos). Mas fique tranquilo, pois os fãs da Marvel sobreviverão a essas ofensas e ainda sairão felizes do filme só por causa das tão esperadas cenas pós-crédito que revelam novidades sobre o novo filme dos Vingadores. Vamos à trama!

Tudo gira em torno de Carol Danvers, uma agente da CIA que tem contato com uma raça alienígena e ganha poderes sobre-humanos. Entre os seus poderes estão uma força fora do comum, a habilidade de voar e uma aparente invulnerabilidade.

Por que ver esse filme? Porque se você sofreu ao assistir Vingadores: Guerra Infinita e está com a aquela sensação de que é preciso um desfecho melhor entalada na garganta, precisa ver o filme, pois ao que tudo indica ele é o começo de algo diferente para o catastrófico final de Guerra Infinita! Boa Sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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