Filme novo na plataforma de streaming mais popular do Brasil! A Netflix liberou na última semana um interessante filme de terror sul-coreano. Mesmo tendo sido lançado a pouco tempo, essa obra já tem feito sucesso entre público, principalmente devido a vários aspectos que você irá conhecer na edição dessa semana na Coluna Sétima Arte. Sobre #Alive, você vai ficar muito bem informado.

Vamos começar falando sobre o título. Você não leu errado, ele é desse jeito mesmo, em inglês e antecedido por esse símbolo que se tornou tão cotidiano no mundo atual, o “hashtag”. Apenas esse pormenor já revela muito a respeito desse filme tipicamente indie. No mundo do cinema um filme indie, ou independente, é aquele que foi produzido fora do sistema dos grandes estúdios de cinema. Se por um lado um filme indie nunca ostenta grandes orçamentos financeiros, por outro, sempre esbanja liberdade criativa e artística. É bem isso que acontece com o filme em questão. O título já indica como ele está conectado em vários sentidos ao tempo atual e às pessoas que são fruto desse tempo, principalmente os mais jovens.

Outro elemento que não pode ser ignorado é o fato do filme ser sul-coreano. Na premiação mais importante do mundo cinema, esse ano, o mundo foi surpreendido com um filme sul-coreano que abocanhou sem piedade os Oscars mais cobiçados da noite. Isso despertou em muita gente o interesse pelas obras desse país, que podem não ser tão conhecidas, mas são muito amadas por muitos fãs de cinema ao redor do mundo. Nesse sentido, #Alive é um ótimo exemplo de quanto o cinema oriental pode ser competente e criativo.

Dirigido por Il Cho e roteirizado por ele, juntamente com Matt Naylor, o filme narra uma história que tem tudo a ver com esses tempos de pandemia, ela fala sobre reclusão social, mas, nesse caso, causada por um apocalipse zumbi. A partir dessa premissa já é possível perceber que ninguém ficará indiferente à trama, pois ela reproduz algo que ainda está presente no cotidiano de todos. Além disso, toda a história está focada especificamente num único personagem que é a representação perfeita do jovem atual. Ele é nerd, é gamer, é streamer, ou seja, se encaixa perfeitamente no estereotipo do jovem atual, que adorou a pandemia no começo, pois sentia-se muito bem preparado para ficar muito tempo isolado com seu computador, vídeo game e televisão, mas que, aos poucos, percebeu que é impossível viver sem contato com outros seres humanos e se angustiou com isso.

Dono de um ritmo excelente, de uma paleta de cores pastel deslumbrante e de uma maquiagem de fazer inveja, o filme é a grande prova de que para se fazer cinema tecnicamente perfeito, não é preciso gastar rios de dinheiro. Ele é altamente visual e sabe explorar muito bem ângulos e cenas, mesmo em lugares apertados. Além disso, como se trata de um período de isolamento, o filme tem várias sequências sem fala alguma e que são muito bem sustentadas pelos dilemas do protagonista e pelos perigos externos impostos a ele. Uma metáfora perfeita da vida moderna.

Outro destaque são os zumbis, diferentes do padrão The Walking Dead com o qual estamos acostumados, os zumbis de #Alive são ágeis e inteligentes e, como já comentei anteriormente, altamente verossímeis devido ao bom trabalho de maquiagem. 

Vamos à trama! Em #Alive, um jovem gamer precisa lutar por sua vida diante de um apocalipse zumbi, encontrando-se cercado em seu apartamento. Mas a situação fica mais complicada quando sua energia é cortada. Assim, ele não pode mais acessar parentes e amigos online, jogar seu game ou se conectar com o mundo exterior. 

Por que ver esse filme? Porque o filme é muito mais do que simplesmente um filme de terror ou um filme de zumbi. Ele fala da vida, dos dilemas da juventude e da busca por sobrevivência. É também uma excelente reflexão sobre a coletividade e porque apresenta uma história subversiva, pois faz com que um gamer, considerado por muitos como perdedor, acabe se tornando o herói de toda a trama. Por fim, porque é realmente divertido e instigante. Aproveite o fim de semana e boa sessão!