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Sétima Arte - Rocketman


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 31/05/2019
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Essa semana os cinemas receberam duas estreias, o musical cine biográfico de Elton John, intitulado Rocketman, e o filme de monstro com ares de superprodução, Godzilla II – Rei dos Monstros. É óbvio que ao escolher um dos dois para comentar essa semana eu ficaria com o primeiro, pois Godzilla é um filme que, por mais que busque inovação, apresenta uma enredo já conhecido do público. Em contrapartida Rocketman, apenas pelo fato de levar para a tela a vida de alguém com suas conquistas e frustrações já oferece muito mais originalidade. Dessa forma, é sobre ele que a Coluna Sétima Arte se dedica essa semana.

Elton John é um sucesso a décadas, se firmando como ídolo absoluto e chegando a ser condecorado pela própria rainha da Inglaterra como cavaleiro por seus serviços prestados à música e à caridade. Apenas isso já faria de seu filme algo interessante, mas a história levada aos cinemas pelo diretor Dexter Fletcher não se preocupa com isso, mas sim em mostrar a ascensão e queda de um homem simples que se tornou um gênio da música e que sofreu muito com a pressão que o mundo do estrelato é capaz de impor sobre alguém.

Na categoria de biografia cinematográfica, diferente de outras obras do mesmo tipo, o roteiro busca não mascarar nenhum traço do protagonista e apresenta todos os seus problemas com drogas, álcool e até mesmo as dificuldades em relação a sua sexualidade. Essas camadas complexas e variadas de Elton John são todas muito bem trabalhadas pelo ator Taron Egerton, que dá um show de versatilidade. 

Após despontar mundialmente depois de ter sido protagonista do filme de ação/espionagem Kingsman, ele demostrou sua capacidade de levar para as telas personagens reais por meio do atleta olímpico de inverno Eddie Edwards, ou Eddie the Eagle, no filme Voando Alto. Agora ele retorna a esse tipo de atuação com o peso de representar alguém muito mais conhecido, emblemático e extravagante, algo que ele faz com maestria e perfeição. Como um camaleão ele se adapta muito bem as fases da vida de Elton John apresentadas no filme, compondo perfeitamente o look e o espírito do cantor para cada um. Sua interpretação reproduz com perfeição o jeito de andar, a forma de sorrir e até mesmo a motivação de Elton para com determinadas canções. Apenas a interpretação dele já vale a entrada no cinema.

Outro aspecto positivo do filme é que ele não tem medo algum de ser um musical clássico, pois diferente do recente Bohemian Rhapsody que buscava mostrar como as músicas foram compostas, este aproveita a música e todo o sentimento delas para contar a história e os acontecimentos da vida de quem as canta. O roteiro coeso e um trabalho de montagem e fotografia excepcionais também contribuem para a satisfação do público ao longo do filme, mas talvez o que mais chame a atenção ainda seja a história em torno da vida privada. Quem nasceu e cresceu após os anos 1980, como eu, provavelmente nunca viu ou ouviu falar do personagem decadente que foi Elton John e o filme esfrega isso na cara do público logo na primeira cena. Isso basta para despertar o interesse e a atenção de quem está proposto a assistir ao musical. Vamos à trama!

O filme apresenta a trajetória de como o tímido Reginald Dwight se transformou em Elton John, ícone da música pop. Desde a infância complicada, fruto do descaso do pai pela família, sua história de vida é contada através da releitura das músicas do superstar, incluindo a relação do cantor com o compositor e parceiro profissional Bernie Taupin, interpretado por Jamie Bell (você se lembra dele no premiado filme Billy Elliot, de 2000), e do empresário e o ex-amante John Reid, vivido pelo ator Richard Madden.

Por que ver esse filme? Porque é um filme honesto e está de acordo com a vida de quem ele busca representar. Quem afirma isso não sou apenas eu, mas a crítica é generalizada sobre esse ponto. Levando para a tela todos os exageros e trejeitos de Elton John, o filme não é apenas um bom entretenimento, mas também um deleite artístico de cores, sons e sensações. Se você gosta de biografias e, sobretudo, de musicais, não pode perder Rocketman no cinema. Boa Sessão!

Odailson Volpe de Abreu


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