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Sétima Arte - Aladdin


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 24/05/2019
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Já faz um tempo que Hollywood vive num continuo clima de nostalgia e quem mais lucra com isso é a poderosa Disney. No auge de sua onda de remakes em live-action ela tem feito fortunas ao trazer para o cinema, em versões reais, seus maiores sucessos animados. Essa semana ela lançou seu mais novo remake, Aladdin, que atualiza com atores reais o fenômeno animado de 1992. Sobre tudo o que importa a respeito desse filme, você fica por dentro na Coluna Sétima Arte dessa semana.

Sem dúvidas 2019 é um grande ano para a Disney, ela reina soberana nas bilheterias com seus blockbusters e preparou uma arrebatadora sequência de estreias em live-action para esse primeiro semestre. O primeiro foi Dumbo, que chegou em março, ontem foi a vez de Aladdin estrear nos cinemas e em menos de dois meses estará em cartaz o esperado Rei Leão. Há quase dez anos produzindo remakes, os estúdios Disney já começam a enfrentar as dificuldades em manter a inovação e o frescor da atualização de suas histórias. Após as críticas negativas de Dumbo, percebe-se que recriar uma animação de forma a ser tal e qual pode não agradar. Diante disso surge um grande desafio, pois inovar uma fórmula de sucesso é uma tarefa muito difícil e as vezes quase impossível.

Dessa forma, coube ao diretor Guy Ritchie atualizar a história do ladrão de ruas que sonha em casar com a grande princesa de um sultanato do Oriente Médio. Aladdin, quando lançado originalmente no início dos anos 1990 era um fruto de seu tempo e apresentava personagens que se enquadravam para os padrões infantis da época, com um trilha sonora marcante e uma história que beirava o simplismo, entrou para história devido à grande atuação de Robin Williams que construiu um gênio da lâmpada surreal, divertido e adorável.

Em pleno 2019, Guy Ritchie, que é conhecido por seu jeito grosseiro mas eficaz de fazer cinema, precisou se desdobrar para adaptar esse estilo para o público infantil e fez isso de forma muito competente. Sua forma de desenvolver a história prende a atenção e constrói bem os personagens. 

A preocupação apresentada por ele de não apenas atualizar o enredo, mas também as canções foi louvável. Como exemplo disso, temos a personagem da princesa Jasmine, que em 1992 se destacava dentre as demais princesas da Disney por ser a primeira a buscar uma liberdade até então ignorada por personagens desse tipo, naquela época ela mostrava uma independente que era impensável. Agora, ela não é só independente, mas em tempos de empodeiramento feminino, ela é uma perfeita representação do momento em que vivemos, ao almejar  governar o seu povo.

Outro exemplo da atualização empreendida pelo diretor estão nas canções, dentre elas a música de abertura “Noites da Arábia”. Em sua primeira versão essa música trazia uma visão deturpada, violenta e até mesmo bárbara dos povos do oriente em seu trecho “vou cortar sua orelha pra mostrar pra você como é bárbaro o nosso lar”, agora essa parte é substituída para exaltar a cultura e outras ricas características desses povos. É uma ação politicamente correta que ajuda a mudar a visão geral que se tem, sobretudo nos Estados Unidos, dos povos árabes.

O novo filme não inventa a roda, mas também não a destrói. Após uma campanha de marketing de gosto duvidoso, o que se apresenta é um filme nostálgico feito para a família, com um visual incrível, excelentes canções (inclusive as novas) e uma história clássica feita para inspirar. Temos um pequeno problema de CG que não atrapalha o andamento da obra e um problema maior com o vilão, que é um arremedo do divertido e malvado Jafar da primeira versão. Mas tirando isso, o filme é muito bom e supera as expectativas.

Os grandes responsáveis por essa superação é elenco afinado. Salvo o já citado problema com Marwan Kenzari, que interpreta o vilão Jafar, os demais atores do elenco, contradizem o que esperavam os críticos e mostram um trabalho ímpar. Mena Massoud, que interpreta Aladdin/Ali e Naomi Scott, que ficou com o papel de Jasmine, possuem uma química excelente e liberdade para construírem suas próprias versões de seus personagens, dando não apenas personalidade, mas peso às interpretações. Agora, se alguém merece destaque, é justamente aquele ao qual todos tinham mais receio, Will Smith. Ele está muito melhor do que o esperado, afinal reproduzir o trabalho icônico de um gênio como Robin Williams é um peso demasiadamente grande. Smith conseguiu enfrentar isso muito bem e apresenta uma originalidade em sua intepretação que não é comum em seus trabalhos, ele mescla as piadas da versão clássica com um jeito diferente e bizarro de atuar que é muito convincente. Seu timming se encaixa perfeitamente no ritmo de filme tão característico de Guy Ricthie e faz dele a cereja do bolo dessa nova versão.

Mesmo que você já conheça a história, ainda vale a pena citar a trama! Nela Aladdin é um jovem ladrão que vive de pequenos roubos em Agrabah. Um dia, ele ajuda uma jovem a recuperar um valioso bracelete, sem saber que ela na verdade é a princesa Jasmine. Aladdin logo fica interessado nela, que diz ser a criada da princesa. Ao visitá-la em pleno palácio e descobrir sua identidade, ele é capturado por Jafar, o grão-vizir do sultanato, que deseja que ele recupere uma lâmpada mágica, onde habita um gênio capaz de conceder três desejos ao seu dono.

Por que ver esse filme? Porque é divertido, porque é envolvente e porque tem uma trilha sonora incrível e nostálgica. Ao produzir esses remakes a Disney não busca inovação, mas sim atender há um público ávido por reviver sentimentos ímpares da infância, ao mesmo tempo que apresenta seus clássicos para as novas gerações. Da mesma forma que aconteceu há pouco tempo com Dumbo, esse é o tipo de filme que não precisa do aval da crítica para fazer sucesso, pois já possui fãs o suficiente para ser um sucesso por si só. Se você cresceu com a história ímpar de Aladdin e se divertiu com o gênio azul da lâmpada, não pode deixar de ir ao cinema. Boa Sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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