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Sétima Arte


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 21/02/2020
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Nas vésperas do feriado prolongado de Carnaval, as estreias são bem distintas, mas não empolgam o suficiente a ponto de tirar o folião da farra. Ontem estrearam o terror Maria e João: O Conto das Bruxas e a aventura Dolittle, ambos com propostas já bem conhecidas do público em geral. Sobre eles, a Coluna Sétima Arte deixa você por dentro do que vale a pena saber.

Vamos começar com Maria e João: O Conto das Bruxas. Que a história de João e Maria não se parece em nada com os conhecidos contos de fadas, isso tanto crianças quanto adultos já sabem. Essa história é muito mais sombria do que as demais histórias infantis e seu final feliz parece ser tão forçado que nem mesmo as próprias crianças parecem acreditar em sua veracidade. Bem por isso, esse conto tem sido bastante explorado no cinema a partir de seu viés assustador, tanto que no ano de 2013 o filme João e Maria: Caçadores de Bruxas já abordava essa pegada mais adulta da história.

Agora, sete anos depois dessa versão, o diretor Oz Perkins leva para o cinema uma história muito mais densa, atualizada e com um protagonismo mais feminino, bem por isso, no próprio título o nome de Maria já antecede o de João, pois ela juntamente com a bruxa fazem a história acontecer.

Falando em história, o roteiro não é o melhor exemplo do gênero. Infelizmente ele é lento demais ao introduzir as prerrogativas da trama e depois acelera em demasia ao apresentar as reviravoltas, de forma que o expectador nunca está preparado para o que a história quer contar e nem sempre satisfeito com o rumo que ela vai tomar. Por outro lado, o trabalho de fotografia é fabuloso, seus tons escuros levemente mesclados com pequenos pontos de luz são misteriosos e convidativos. 

As atuações do elenco também são competentes e todo o peso da história recai sobre a jovem atriz Sophia Lillis, a Maria, que sabe muito bem dividir o holofote com Alice Krige, a bruxa dessa nova versão. Quem fica para escanteio é Samuel Leakey, o João que, por ser mais jovem, acaba não ganhando tanto destaque. Vamos à trama!

Há muito tempo, em um campo distante, Maria leva seu irmãozinho João a um bosque escuro, numa busca desesperada por comida e trabalho. Quando eles encontram Holda, uma misteriosa mulher que reside na floresta, os dois irmãos descobrem que nem todo conto de fadas termina bem.

Não é preciso ser um especialista para perceber que a sinopse oficial traz um tipo de aviso desnecessário, alguns diriam que é praticamente um spoiler, mas de qualquer forma é bom para que o expectador esteja bem ciente sobre o que verá ao ir ao cinema (risos).

A outra estreia também é uma história que já foi esgotada no cinema. Criada nos anos de 1920 por Hugh Lofting, a história do veterinário que conversa com animais já esteve no cinema nos final dos anos 1960 e no final dos anos 2000, quando ganhou uma versão mais pastelão com Eddie Murphy e que acabou rendendo várias sequências. Ao que tudo indica, essa atual versão deveria ser uma forma de resgatar a essência da trama e de dar a ela um pouco mais de consistência intelectual, mas falhou miseravelmente.

Desde antes da sua estreia a crítica especializada já vinha malhando Dolittle, mas foi na semana passada, quando o filme chegou aos cinemas americanos que tudo ficou mais sério, pois tanto a crítica quanto os fãs tiveram propriedade para afirmar que a obra apresentada não era nada do que se esperava.

As grandes expectativas surgiram quando o nome de Robert Downey Jr foi anunciado como protagonista de Dolittle. O super astro da Marvel havia acabado de se despedir de seu papel de maior sucesso, o Homem de Ferro, e por isso, tudo o que ele fizesse a partir de então carregaria o peso adquirido em sua parceria com a poderosa Marvel. O problema é que a presença e a boa atuação de Downey Jr não foram o suficiente para resolver problemas profundos do projeto, tais como um roteiro confuso e um trabalho de edição ainda mais complicado. Resumindo o filme é difícil de compreender e parece uma bagunça.

As piadas são infantilizadas e algumas até de mau gosto, como por exemplo a sequência com o dragão. Diante disso, nem o grande elenco que dá vozes aos animais e que provavelmente você não ouvirá por aqui – já que as cópias são sempre dubladas –, e nem o belo trabalho de efeitos especiais, montagem e fotografia salvam a trama. Apesar disso, é possível que as crianças se divirtam bastante, em contrapartida para os adultos isso será muito mais difícil. Confira a trama.

O Dr. Dolittle vive com uma variedade de animais exóticos e conversa com eles diariamente. Quando a jovem rainha Victoria fica doente, o excêntrico médico e seus amigos peludos embarcam em uma aventura épica em uma ilha mítica para encontrar a cura.

Por que ver esse filme? Porque ele é o típico filme família, aqueles em que o visual salva a fragilidade da trama. Além disso, porque tem um apelo infantil interessante num momento em que há poucos filmes voltados para esse público. Pois Sonic não tem se encaixado propriamente na categoria filme infantil. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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