Racismo e Alienação de Consciência
Quando construo mais este texto para nossa nova troca de ideias, estamos comemorando o dia da consciência negra. Esta data possui um valor essencial, pois nos faz recordar como o racismo ainda se faz presente e atuante em vários campos de nossa sociedade.
O racismo que foi e assim permanece, enquanto embasamento para constituição e
afirmação de uma herança do colonialismo, ao promover a produção de uma divisão entre o que o pensador Frantz Fanon, denomina de zona do ser e
do não-ser, sujeitando o negro a sempre negar-se a si mesmo. Negar-se em sua
humanidade e condição existencial, subalternizando-se como um não-ser, ao ser
dominante do branco. Neste contexto, alienado em sua consciência de ser, o negro se
encontra em total zona de não-ser. Torna-se a representação do Outro indesejável, nocivo e descartável.
Em tal condição, desenvolveram-se e se desenvolvem, diferentes formas
de práticas discriminadoras contra os povos africanos e seus descendentes, sendo
propulsoras de sua subalternização e marginalização, ameaçando suas
condições de existência e desencadeando modos de genocídios de povos caracterizados
como inumanos racialmente.
Na condição de sociedade, devemos empreender sócios-diagnósticos, para que possamos entende que a alienação do negro não se limita a uma questão
individual, e sim a um fenômeno socialmente, político e moral construído, funcionando como uma engrenagem de um sistema político capitalista, sendo o racismo uma estratégia de distribuição de privilégios em sociedades marcadas pela desigualdade. Assim sendo, todos somos afetados e consequentemente, nos encontramos alienados em nossa consciência humana, se continuarmos a alimentar este sistema racializador excludente, destrutivo e alienante.