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Psicanálise


Por: Rhuana Moura Pacheco
Data: 11/07/2023
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Dentro da psicologia, existem várias linhas de pensamento e teoria: as abordagens. Elas são como lentes que o psicólogo usa para enxergar um indivíduo, um guia profissional. Na graduação de psicologia temos contato com a profissão no seu todo e um pequeno contato com algumas abordagens, que futuramente, farão parte do trabalho profissional, de acordo com o gosto e identificação de cada psicólogo. Eu, por exemplo, me identifiquei com a psicanálise.

A psicanálise é considerada uma das abordagens mais antigas da psicologia, por isso aparece com mais frequência na graduação. O autor e pai da psicanálise, é Sigmund Freud, médico que dedicou seu trabalho aos processos mentais inconscientes, ou seja, não conscientes à mente. Seus estudos também percorreram a área polêmica da sexualidade infantil – sexualidade não é o mesmo que sexo... isso foi uma coisa apresentada pelo autor e que faz grande diferença no entendimento dos seus estudos – e, com maior conhecimento popular, a interpretação dos sonhos, sempre com o objetivo de desvendar o inconsciente.

O autor compreende, após muitos anos de estudo, que o psiquismo é constituído por três instâncias: o Id, o Ego e o Superego. Cada um deles com sua função bem estabelecida: o Superego é aquele que transparece as regras, normas, cultura e moral, ou seja, ele reprime àquilo que não condiz com o que é aceito moralmente ou culturalmente; o Ego é aquele que faz o intermédio entre o Superego e o Id, ou seja, ainda contém um pouco de repressão e recalque, mas também se deixa levar pelos desejos nas brechas que encontra; já o Id é a representação dos nossos desejos, traumas e o sintoma – sejam eles conhecidos por nós ou reprimidos pelo nosso consciente. Os três vivem em um completo equilíbrio, hora sendo comandado pelo Superego, hora transparecendo o Id – como nos sonhos.  Para um entendimento mais fácil, aconselho a leitura da crônica “Freud e o carnaval” de Moacyr Scliar.

A terapia de seguimento psicanalítico recebe outro nome, assim como seu terapeuta e paciente/cliente. Trabalhamos com os seguintes termos: análise, analista e analisando.  E dentro da análise, priorizamos a associação livre do paciente, ou seja, a fala livre, sem julgamentos e, às vezes, sem nexo para o analisando – o famoso “o que vier à mente”. A partir do seu relato, construímos um encontro com o inconsciente e o que ele nos tem a dizer.

Essa semana me deparei com um post que tratava de um assunto muito importante para a psicanálise: dentro da análise não temos o objetivo de eliminar ou resolver o sintoma (que é o trabalho do sujeito para se dar conta do real, basicamente), mas sim, ouvi-lo e compreender o que ele tem a dizer. Ouvir nosso desejo, ouvir nossos traumas. Ouvir. E na escuta encontrar um lugar: o seu lugar. O seu alívio.

Outros autores ao longo do tempo foram trabalhando a psicanálise, como Jacques Lacan, Donald W. Winnicott, Anna Freud, Melanie Klein, Sándor Ferenczi, Wilfred Bion, Carl G. Jung. Em sua maioria, embasados na teoria de Freud e as complementando com seus próprios estudos.

Para encerrar, gostaria de explicitar que para ser psicanalista não é necessário ser psicólogo, apenas manter a tríade: análise pessoal, supervisão e estudo contínuo, afinal, o que é subjetivo, é passível de mudança e, nada melhor que o estudo para nos ajudar a compreender o indivíduo como único e incrível. A análise psicanalítica é uma construção entre analista e analisando. Que tal construir a sua?

Rhuana Moura Pacheco

Habla mesmo, psi


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