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Por quê o coronavírus é tão perigoso?


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 15/05/2020
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“Essa doença é muito séria. Quando atinge alguém de forma grave, pode matar. Enfrentei dias difíceis, mas logo entendi que se tratava de uma missão: conscientizar as pessoas que não tem essa de grupo de risco, todos correm risco. Mesmo jovem e sem problema de saúde, fui infectado e precisei de UTI. Se não tivesse um leito disponível com respirador mecânico, não sobreviveria. A experiência me fez repensar a vida, valorizar cada detalhe. Graças a Deus, renasci para viver minha nova história.” Desabafa Marcelo Magno, âncora da Globo no Piauí. Ele tem 37 anos e ficou na UTI por oito dias para se curar de COVID-19.

                A chegada do novo coronavírus, surpreendeu o mundo todo. A princípio não foi dado a verdadeira importância a ele, e só em meados de fevereiro quando as UTIs da Itália ficaram abarrotadas de doentes, é que o mundo percebeu a real dimensão do problema.

                E o mundo estava despreparado e se viu sem máscaras, epis, leitos, respiradores. Falta o mínimo necessário para controlar a doença.

                Mas por que ela é tão perigosa?

                Primeiro é importante definir o que é doença e o que é vírus, já que as pessoas têm feito muita confusão. O agente viral, ou seja, o vírus causador pode ser chamado de SARS-COV-2, coronavírus ou novo coronavírus. A doença foi batizada pela OMS como COVID-19; CO de corona, VI de vírus, D de disease, que é doença em inglês, e 19 do ano em que surgiu.

                Bem, essa doença começa com uma gripe e evoluiu para pneumonia que é uma doença pulmonar.

                A pneumonia ataca os pulmões. O pulmão pode ser entendido como um saco que quando nós inspiramos se enche de ar, e existe dentro dele uma estrutura muito parecida com galhos de cachos de uva e no final de cada galho uns cachos chamados de alvéolos, este faz a troca gasosa, ou seja fornece oxigênio ao nosso organismo e joga fora o gás carbônico que é nocivo ao organismo.

                O que o coronavírus faz, ele causa um processo inflamatório nas vias aéreas que alcança os pulmões. O corpo reage produzindo fluidos que acabam ocupando os alvéolos ocasionando uma inflamação e ocorre uma fibrose pulmonar, ou seja, você troca um tecido que tem capacidade respiratória por um tecido com fibrose (tecido de cicatriz).

                Vale lembrar que a tuberculose também faz isso, mas é uma doença crônica que leva anos para chegar a esse ponto, ao passo que a COVID-19 faz em dias.

                Com os alvéolos comprometidos o pulmão se enche de sangue e líquidos, essa inflamação, então passa para todo o organismo ocasionando uma tempestade inflamatória, muito parecida com a sepse, causando uma infecção generalizada e acometendo vários órgãos como rins, coração, vasos sanguíneos entre outros. Podendo levar a morte.

                A maioria das pneumonias tem tratamento rápido com medicamentos e tratamentos conhecidos, a COVID-19 ainda não e a média de internação é longa. Por exemplo a H1N1 também causa pneumonia e o paciente fica em média  10 dias ventilado e não tem fibrose pulmonar, agora no COVID-19 o paciente pode ficar até 20 dias ventilado e tem fibrose pulmonar.

                Como é uma doença nova, não se sabe ao certo como será a capacidade respiratória das pessoas recuperadas com a doença.

                É verdade que 80% das pessoas acometidas pelo vírus têm sintomas leves. Um  pouco de dor de garganta, uma tosse irritativa, perda de olfato, febre baixa por uns 5 a 10 dias e se recupera, ou têm um o outro sintoma, ou até mesmo nem percebem os sintomas, estes chamamos de portadores assintomáticos, mas 50% evoluem para pneumonia, destes 20% evoluem para casos graves e 10% destes desenvolvem insuficiência respiratória aguda progressiva e precisam receber ventilados por respiradores.

                Diante disso, a única evidência até o presente momento que reduz o contágio e a transmissão do vírus é o distanciamento social. Devemos fazer a nossa parte atacando as medidas de proteção que o ministério da saúde e a OMS preconiza e usar sempre máscaras.

                Não é uma “gripezinha” é uma doença perigosa e que deve ser levada a sério. Façamos a nossa parte hoje, para não chorarmos amanhã.

 

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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