Opinião do Blog

Reconhece a queda, não desanima, levanta, sacode a poeira e poderá dar a volta por cima!

O desembargador Eduardo Almeida Rocha Prado de Siqueira, do TJ-SP, que foi multado por um Guarda Municipal na orla de Santos (SP), sábado último, 18 de julho, por não estar usando máscara de proteção contra a Covid-19, acabou extrapolando, chamando o guarda de "analfabeto" e outras coisas mais. Depois de multado, recebeu o comprovante, rasgou o mesmo, jogando ao chão. O guarda, cumprindo a sua função, multou novamente o desembargador, por conduta errônea com o papel picado. Mostrando os documentos e demonstrando irritação, o desembargador deu uma "carteirada" no guarda que em nenhum momento se intimidou. O assunto tornou-se polêmica nacional, os guardas foram condecorados pela atitude, a imprensa caiu "matando" o desembargador, foi duramente criticado pelo ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, também pelas Associações de Classe e até pela colega de profissão, Maria Lúcia Pizzotti, que achincalhou o companheiro de trabalho.  Na lona, quase nocauteado, como se diz no boxe, Eduardo Siqueira poderá ser punido pelo Conselho Nacional de Justiça ou mesmo pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. No passado, Ernani seria julgado pela Corregedoria do Estado, cujo o corporativismo não puniria ninguém, ou seja, punição zero. Agora, com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as coisas melhoraram um pouco mais e alguma punição poderá sofrer, mas não tão severa pois esbarra na própria Lei Orgânica da Magistratura, que protege os magistrados. Enfim, se o desembargador sofrer a pena maior, a aposentadoria compulsória (uma espécie de férias vitalícias e remuneradas), ele continuará recebendo todas as regalias dos desembargadores da ativa, ou seja, um salário de R$ 35 mil, mais os penduricalhos (auxílios de uma montoeira de coisas), chegando hoje, aos R$ 50 mil mensais, conforme a jornalista Thays Oyama.  O tempo vai passar, ninguém mais vai falar nada do assunto, o desembargador com certeza, reconhece que errou, mas poderá ser beneficiado pelo corporativismo da Justiça. Tô certo ou tô errado? 

Ministério da Saúde: 70 dias de omissão num país de luto!

Enquanto o Brasil sucumbe diante da pandemia da Covid-19, com a morte de mais de mil pessoas por dia (já estamos com quase 100 mil mortos) e cerca de dois milhões e quinhentos mil brasileiros infectados, números inferiores apenas aos Estados Unidos da América, a doença avança pelo país afora levando dor e sofrimento à milhares de famílias.  Mas tudo isso poderia ter sido amenizado, diferente, se o presidente Bolsonaro tivesse ouvido os ministros da Saúde anteriores, enfim, a ciência, mobilizando a sociedade, os governos estaduais e os prefeitos a construírem estratégicas, assumindo responsabilidades como chefe da nação para liderar e coordenar todos os esforços para enfrentamos a pandemia.  O presidente achou melhor demitir dois ministros da área da Saúde anteriormente por discordarem de suas ideias, de seus métodos, da sua atuação negacionista e irresponsável, entregando o ministério da Saúde a um militar que, por sua vez, nomeou outros 30 militares para cargos estratégicos, como técnicos, sem conhecerem se quer o funcionamento e o significado da sigla SUS.  Mas, esta coluna ainda vê uma falta de responsabilidade muito grande de nossos parlamentares (513 deputados federais e 80 senadores) por não terem a coragem de "peitar" o presidente e exigir dele uma atitude sobre este momento difícil que passa o Brasil por conta da pandemia e ainda por ele compartilhar da inoperância do ministério da Saúde, totalmente desacreditado pela opinião pública. Até agora, o ministério da Saúde não trouxe nenhuma contribuição benéfica ou ganho em logística, inclusive sem competência para aplicação da disponibilidade orçamentária, gastando somente 30%.  A verdade é que o governo abriu mão, ou melhor, não teve capacidade para condução do país diante da pandemia e reduzir os impactos da doença. Graças ao Supremo Tribunal Federal (STF)  que sentindo a inoperância do governo federal, achou por bem  autorizar os Estados e Municípios a estruturarem  uma nova unidade sanitária em cada Estado para reduzir e amenizar  o sofrimento do povo brasileiro que não merece um presidente tão ruim como o atual. Enquanto estamos todos com  esta preocupação da pandemia, aumento exorbitante de mortos pelo país,o presidente Bolsonaro, com a camisa do Flamengo, comemora o título carioca e a derrota da Globo pelo SBT, no IBOPE,  na hora  jogo  Fla x Flu.

Coisas do Cotidiano

• Bandeira de Bolsonaro; Uma das bandeiras da candidatura Bolsonaro era não criar impostos pois o brasileiro não aguentava mais de tantos tributos. Agora Paulo Guedes quer recriar a CPMF (extinta em 2007), aquele imposto sobre operações financeiras, ou seja, uma taxa nas transações bancárias, quando paga e quando recebe, que foi criado para custear a saúde, que não recebeu nenhum tostão.  Sugestão: crie um imposto sobre as grandes fortunas, os grandes salários, reduz o teto salarial de militares das forças armadas, parlamentares, judiciários, etc. Que tal a ideia?

• O que se entende por baixo clero?   Na política brasileira, a expressão baixo clero é usada para aqueles parlamentares da Câmara dos Deputados sem expressão nenhuma, mas que são movidos por interesses pessoais, cargos públicos e financeiros;  

• O que significa engessado?  Seria aquela pessoa que só pensa de seu jeito, de seu modo, não muda, nada é diferente. Não adianta você querer mostrar a ele novas oportunidades, novos caminhos. Acha que aquilo é o certo e acabou;

• Tribunal de Contas da União (TCU), encontrou uma série de irregularidades de gastos com comunicação em canais da You Tube, feito pelo governo federal e por Bolsonaro onde milhões foram gastos em fake news e divulgação da Reforma da Previdência em canais incompatíveis;

• A desembargadora Maria Lúcia Pizzotti, do TJ-SP, disse que " o desembargador Eduardo Siqueira que destratou o Guarda Municipal em Santos, SP, é uma pessoa "desprezível" e sempre agiu desta maneira com pessoas que ele considera abaixo dele. A própria desembargadora afirmou que já o processou por "injúria e difamação"; 

• Coronel, com cargo comissionado no Ministério da Saúde, levou um ofício à FioCruz, pedindo apoio para que divulgasse o uso da cloroquina pelos hospitais e pacientes. Infectologistas, pessoas ligadas a saúde, caíram de pau em cima do Ministério da Saúde;

• Quase 50% da população brasileira não tem rede esgoto;

• Absurdo: Ministério Público Federal quer obrigar os Estados a usarem cloroquina para o tratamento da Covid-19, totalmente ineficaz.  O problema é que o presidente Bolsonaro gastou horrores para que o laboratório do exército produzisse a droga, e agora ele tem que desovar o produto; 

• Marcelo Ellias Roque, prefeito de Paranágua, Pr, distribuindo Kits para a população contra a Covid-19, contendo Ivermetrina, substância usada para matar piolhos, sarnas, lombrigas, sem qualquer efeito positivo sobre o novo coronavírus, conforme afirma a ciência em todo o mundo. Diz o prefeito que gastou três milhões de reais para a compra dos Kits, que na opinião desta coluna, seria melhor usado se tivesse comprado cestas básicas, medicamentos que faltam nos hospitais, equipamentos de proteção individual para os hospitais, UBSs, etc. Será que o prefeito é candidato a reeleição?

Demorou mas chegou: a hora e a vez da maconha contra a Covid-19!

Outro dia, num papo com os amigos pelo telefone, eles estavam comentando a respeito das constantes ideias que aparecem nas redes sociais para prevenção e tratamento da Covid-19. São ideias   loucas, chegando ao cúmulo de que dois comprimidos de Ivermectrina (remédio para tratar lombrigas, sarnas, piolhos, etc.), via oral, por semana durante três semanas, seria o suficiente para evitar ou inibir as   ações do novo coronavírus. Aí eu comentei que só faltava aparecer algum estudo com drogas como a maconha, cocaína, heroína, êxtase, etc., para combater a Covid-19. Eis que domingo último, dia 19/7, eu li uma matéria que o grupo Augusta University,EUA,  diz que o canabidiol, um produto derivado da maconha, apresentou bons resultados em ratos infectados semelhante a uma doença como a que causada pelo novo coronavírus. Os ratos foram submetidos a um tratamento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) causada por um vírus semelhante ao novo coronavírus e, segundo o estudo, o canabidiol conseguiu reduzir e muito a chamada "tempestade de ocitocina", um efeito colateral da defesa imunológica do corpo, que causa inflamação em vários órgãos, assim como problema de oxigenação e consequências pulmonares.  Vamos aguardar! Nada de sair por aí consumindo maconha!

Entrelinhas

***"Autoridade na rua é o guarda. Somos autoridades nos tribunais com a capa nas costas. Na rua nós somos cidadãos", disse o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, pedindo punição ao desembargador que desacatou o guarda municipal em Santos(SP), ao ser multado por estar caminhando na orla santista, sem máscara. ***Morre aos 80 anos, John Lewis, congressista e ativista que lutou ao lado de Luther King contra o racismo americano. ***"O governo Lula pela primeira vez deixou o povo brasileiro sorrir um pouco" (Arquiteto Oscar Niemeyer, responsável pelo planejamento arquitetônico de Brasília, Capital do Brasil, um dos maiores representantes da arquitetura moderna mundial, com mais de 600 obras pelo mundo afora; 1907-2012).