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Pandemia, educação e desafios


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 07/08/2020
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No início do ano de 2020 a maioria das pessoas no mundo não saberia responder qual era o significado da palavra pandemia, já hoje, há quase sete meses do início da crise desencadeada pelo vírus Covid-19, alcançamos a triste marca de mais de noventa mil pessoas mortas no Brasil. 

Seguindo as determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos vimos obrigados a mudar drasticamente muitos de nossos hábitos, além do fechamento de shoppings, bares, restaurantes, escolas, praias e etc., pois tudo isso mostrou-se essencial para que o espalhamento da endemia não fosse ainda maior. Diante deste contexto de isolamento social, escolas e universidades por todo o país agora têm um problema de difícil gestão: como ministrar aulas de qualidade para alunos que muitas vezes não têm acesso a internet ou a um computador?

É certo que o ensino à distância (EAD) existe há muito tempo, mas também sabemos que seus alunos possuem autonomia didática e uma estrutura doméstica mínima para que este tipo de ensino possa ser desenvolvido de maneira satisfatória. Além disso, as redes de ensino EAD oferecem uma grande variedade de recursos que permite aos seus estudantes escolherem quando e como farão suas atividades. Porém, esta não é a realidade dos alunos da rede pública, principalmente os do ensino fundamental e médio. 

É verdade, “fomos pegos de surpresa”, as escolas públicas não possuem estrutura para oferecer aulas remotas, muito menos de oferecer materiais impressos para todos os alunos. Os recursos destinados à educação na maioria das vezes são escassos. Em nossos lares esta realidade não é diferente, além da falta de estrutura física para acompanhar a transmissão das aulas, falta a figura do tutor ou responsável do estudante, sendo que este é a pessoa que deve ou deveria ficar responsável pelo desenvolvimento das atividades remotas do estudante, e tal figura se torna tanto mais essencial quanto mais jovem for o estudante. 

Muitos pais ou responsáveis não acompanham as atividades dos alunos e isso se deve ao fato de ou não terem familiarização suficiente com os conteúdos ministrados remotamente ou por não terem a paciência para ensinarem de forma adequada. Segundo pesquisa realizada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 14% da população possui ensino médio no Brasil e há 12% de analfabeto. Falta a estes responsáveis, por mais empenhados que sejam, conhecimentos didáticos, bem como a experiência de ensino para que este ensino possa ter maior efetividade.

Estados e municípios têm discutido sobre como seria feito o retorno às aulas. No entanto, existe uma pergunta muito importante ser feita agora: como é possível oferecer segurança neste iminente retorno? É fato que nós, adultos, podemos usar álcool em gel, máscaras, tapetes com saneantes, e respeitar o distanciamento de um metro e meio, mas e as crianças? Elas não têm o discernimento necessário para compreender o perigo a que podem ser expostas. Até hoje não conseguimos controlar a disseminação de piolhos na educação infantil – são palpáveis e visíveis a olho nu – como poderemos controlar algo invisível? 

Alguns países europeus, onde a pandemia já se atenuou, ensaiam o retorno às aulas. O caso da França nos chama a atenção. No dia 11 de maio alunos de 70 escolas retornaram às aulas e após 10 dias enceram as atividades novamente, devido à infecção entre funcionários. Neste complexo contexto, o Governo do Paraná planeja o retorno às aulas para o mês de setembro, uma das tantas medidas a serem adotas será a assinatura de um termo de compromisso onde o Governo Estadual e as instituições de ensino não poderão ser responsabilizadas civil e penalmente pela eventual infecção de seus alunos pelo vírus Covid-19. 

Nós, pais e educadores, até concordamos sobre a necessidade do retorno de todas as atividades, mas desde que sejam feitas com segurança, segurança esta que só poderá existir quando for descoberta uma vacina, que ainda está em fase de testes e sem previsão de lançamento. Até lá (descobrimento), façamos a nossa parte, respeitando as novas normas sanitárias e buscando métodos de potencializar o ensino remoto para que este ano não seja perdido no contexto didático.


Anuncie com Jornal Noroeste
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