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Liderança, firmeza e decisão são virtudes caras às figuras públicas nos dias atuais. Ser firme em uma cultura vitimista e sentimental é, quase sempre, confundido com ser mal educado ou, pasmem (!) , imoral. Mas é o preço que “homens de peito” – esses que deveriam servir de exemplo aos jovens millennials que estão assumindo maiores responsabilidades – tem que pagar. 

Uma figura pública estará constantemente diante de problemas e desafios que exigem dele tomadas de decisões calculistas, liderança moral e firmeza contra os apelos emocionais, e, eu não conheço nada tão prejudicial ao juízo e à formação de decisões do que o sentimentalismo que satura nossa vida pública e que é característico de revolucionários. O sentimentalismo é “a expressão da emoção sem julgamento” e nesse sentido, um líder público levado pelas emoções não fara nada além de pensar e agir de forma imediata e parcial.

É típico o perfil dos políticos brasileiros serem assim, fazerem promessas hiperbólicas, ganharem a massa com carisma e lágrimas. Essa forma de expressão pública do sentimento é tremendamente poderosa e coercitiva, mas não faz a boa política que precisamos. Racionalidade, espírito prudente e pitadas de ceticismo filosófico dos conservadores é o que necessitamos dentro da máquina. Em um comparativo, à grosso modo, Moacir Olivatti não parece ser nem ter o típico perfil revolucionário, e nem o costume político do sentimentalismo, e, que bom!  

Eleito prefeito de Nova Esperança em 2016 com 53,91% dos votos, o atual gestor do município completa 2 anos de mandato. Várias conquistas e muitas críticas, a maioria delas devido ao seu perfil, dito, inflexível. O Sr. Moacir é conhecido por sua administração objetiva, calma, porém direta e nada emotiva, modelo que, segundo ele, aprendeu quando ainda trabalhava na iniciativa privada. Em uma entrevista dada a TV Assembleia do Paraná, em outubro de 2017, Olivatti fez questão de deixar claro que está na contramão da tradição política do Brasil: “Eu não sou muito político. Não sou aquela pessoa de ficar dando tapinha nas costas.” Para bom entendedor, é fácil deduzir que o “ser político” que Moacir se refere é exatamente aquele espectro manipulador que usa das emoções para ganhar as massas. Aquele que faz promessas que, se antes postas na ponta da caneta, jamais iriam parar na ponta da língua!

Recentemente, terminei minha leitura da obra “Podres de Mimados”, do psiquiatra Theodore Dalrymple. Ele descreve essa atitude malévola de angariar popularidade pelo apelo emotivo das promessas inviáveis (para não dizer impossíveis) da seguinte forma: “O sentimentalismo de massas é um brinquedo nas mãos dos elitistas demóticos, que são uma elite apenas em sua disposição superior de recorrer às regras da manipulação e das disputas burocráticas.”

Ao conceder uma entrevista ao jornalista Alex Fernandes, Moacir falou sobre as perspectivas desse ano e aproveitou para descrever na prática, que o modelo piegas de fato acontece nas gestões, mas que não busca seguir o exemplo: “As coisas devem ser feitas de forma séria, sem brincar com a população. Eu não cheguei na Ivaitinga em nenhum momento, depois do que nós construímos, e disse: “Teu asfalto vai sair!”. Não fiz e nem vou fazer esse tipo de promessa. Na hora que estivermos com tudo organizado, que tiver licitado e as maquinas prontas para ir, eu direi: “Tá saindo o asfalto!”.”

Eu diria que Moacir é o típico conservador de Russell Kirk em “A política da prudência” ou de Michael Oakeshott em “A política de fé e a política do ceticismo”. Moacir também parece não jogar o jogo do apelo emocional nas relações administrativas, em tempos de frouxidão moral, isso é valioso. Ele diz: “Apesar dos avanços, ainda temos um problema sério aqui de atestados frios e falsos. Isso não é normal. Só é normal para quem não quer levar a coisa a sério! Existem muitas desculpas, pessoas com 90 dias de serviço que já estão de atestado, em estado probatório. Isso é uma piada, um descaso com a população! Uma falta de respeito com ela mesma e com os outros ao seu redor. Não tem nada haver com a forma do prefeito. Nós temos que coibir isso. Quem tiver em estado probatório e quiser enganar, nós iremos demitir.”

Em seus dois anos de mandato, o Sr. Moacir conseguiu convencer, pelo menos a este que vos escreve, a efetividade de um perfil político ponderoso e simples, sem exageros nos juramentos, cortando benefícios extras, reduzindo gastos e diminuindo a máquina pública. Isso lhe custou críticas, pois muitos se acostumaram com a política cordial que cede à luxos, caprichos e benesses. O resultado desse modelo é: pouca familiaridade e, como ele mesmo diz “conversa fiada”, mas com as dívidas da cidade apagadas e a máquina pública enxugada.

Acredito que Moacir está no caminho certo. A política prudente do conservadorismo clássico sempre aparece em tempos difíceis, em figuras como Moacir, para nos dizer: “A paciência, a firmeza e os bons costumes tradicionais sempre fizeram boas políticas.”  

Desejo sucesso ao nosso prefeito até o fim de seu mandato.  

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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