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O que é a vida senão o dia a dia: Um texto bobo


Por: R. S. Borja
Data: 25/07/2024
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Em mundo globalizado e cada vez mais dependente da tecnologia, internet, redes sociais, no qual somos diariamente bombardeado por milhares de informações e, de vez em quando, por dezenas de conhecimento, em que nosso pensamento já está sendo objeto de julgamento popular presidido pelos especialistas de mídia, onde o politicamente correto sufoca a imaginação e a criatividade, quase que impondo a extinção da individualidade em prol do bem comum, muitas vezes parece que a salvação do ser humano está em ser bobo.

Ouvi esses dias o conto As Vantagens de Ser Bobo, de Clarice Lispector, escrito em 1970, na qual, entre tantas coisas, diz que o bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer e quando perguntado porque não faz alguma coisa, responde: “Estou fazendo. Estou pensando...”

Pensar, raciocinar, buscar sentido, entender, rir dos novos achados. Perguntar a si e aos outros, buscando respostas ou simplesmente por achar interessante ou mesmo engraçada a resposta.

Quantos de nós já se perguntou ou perguntou a alguém:

- Desde quando a roupa deixou ser uma forma de aquecer o corpo do ser humano e passou a ser um instrumento de vaidade, de segregação e de cobiça?

- Quem foi a primeira pessoa que usando a roupa para se proteger do frio passou a ter vergonha do corpo e não quis tirar a roupa no calor?

- Qual foi o autor da primeira piada e será que quem ouviu riu?

- Por que, quando as pessoas viajam para o exterior, precisam saber inglês ou francês e quando as pessoas visitam o País, que é considerado um País turístico, não precisam falar português?

- De onde surgiu a ideia de criar várias palavras para dizer a mesma coisa e, pior, resolveu fazer um livro colocando todas elas e seu significado?

E tem as clássicas “por que a gente bota a calça e calça a bota?”; “quem inventou de colocar uva passa no arroz é a mesma pessoa que colocou maça na maionese” e “porque escrevemos q como que se o q já tem o som de q?

Para montar essas perguntas você tem que pensar? E quem as faz não tem a ambição de dominar o mundo mas, sim, ver, sentir e tocar o mundo.

Pensar em um mundo cada vez mais encaixotado e padronizado de ideias é uma forma de fugir do normal, com risco de ser taxado de louco ou bobo e, obviamente, ser cancelado, a forma mais educada de nos livrarmos do diferente.

E o louco e o bobo assim são chamados por não quererem ter um propósito, por não quererem ter o primeiro milhão aos vintes anos e ostentar postando fotos de viagens, mansões e carros. Eles não querem bloquear aquela pessoa que não se interessou por eles, nem se colocar em primeiro e acima dos outros. Não querem sufocar seus sentimentos para serem fortes, homens alfas, mulheres empodeiradas.

Querem ser felizes. Querem confiar ter boa fé e dormir tranquilos. Não querem vencer com úlceras no estômago.

E como diz a crônica:

“Ser bobo é uma criatividade, e como toda criação é difícil. Por isso que os espertos não conseguem passar por bobos.

Os espertos ganham dos outros em compensação os bobos ganham vida

É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor

E só o amor faz um bobo”.

 

 

 

R. S. Borja


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